EDUCAÇÃO

Chapa 1 vence com 75% dos votos

Publicado em 30 de agosto de 1998

Eleições no SINPRO/RS

A eleição da Diretoria Colegiada que ficará à frente do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) até o ano 2001, foi realizada de 25 a 27 de agosto em todo o estado. A apuração se encerrou no sábado, 29, revelando a vitória da Chapa 1 – Sinpro, presença e ousadia, com 75% dos votos. A nova diretoria tomará posse em outubro, com data ainda a ser definida.

A chapa de situação, Sinpro, presença e ousadia venceu as eleições do Sinpro/RS, com uma margem de votos muito grande, em relação aos dados a chapa de oposição, Sinpro Alternativo. Ao todo, 6.200 votos foram confiados à chapa 1, que somou 75% da apuração, contra os 23,7% (1.967 votos) alcançados pela outra concorrente. No processo de votação, que aconteceu de 25 a 27 de agosto em todo o Estado, foram utilizadas 115 mesas coletoras, sendo 80 fixas e 35 itinerantes.

Dos 10.440 professores aptos a votar, 8.635 foram às urnas, revelando uma participação de 82,7% do quadro social do Sinpro/RS no processo eleitoral da entidade. A votação transcorreu normalmente durante os três dias. Até o fechamento desta edição, a redação do Extra Classe foi informada de apenas duas direções escolares que impediram o acesso de mesários encarregados das urnas itinerantes, sob a alegação de que não poderiam tirar os professores das salas de aula, a da escola São Lucas, de Sapucaia do Sul, e da Saint Exupery, de Porto Alegre.

O escrutínio começou na sexta-feira, 28, às 17h27min, com a coordenação de Pedro Henrique Correia Filho, dirigente da CUT Estadual definido por consenso pelas chapas concorrentes. Os trabalhos se estenderam até o sábado, 29, às 3h45min, na sede central da entidade, em Porto Alegre.

Na apuração, cujo primeiro voto computado foi para a Chapa 2, 322 votos acabaram impugnados, 41 nulos e 63 brancos. A Chapa 1 – Sinpro, presença e ousadia, venceu nas 15 delegacias regionais do sindicato, fazendo a maioria dos votos em 105 urnas. A oposição ganhou em nove. Uma urna, a 2045, sediada no Colégio Espírito Santo, de Bagé, foi impugnada por ter chegado aberta ao local do escrutínio.

Fundado em 21 de maio de 1938, o Sinpro/RS representa os 25.818 professores das instituições particulares de ensino no Rio Grande do Sul — da pré-escola ao ensino superior —, com exceção das cidades de Caxias do Sul e Ijuí. Em maio passado, o sindicato completou sessenta anos de atuação.

Categoria quer aprofundar atual linha política, afirmam os eleitos

Para os integrantes da chapa de situação Sinpro, presença e ousadia, a vitória conquistada na Eleição Geral do Sinpro/RS consolida a política sindical que tem marcado a entidade nos últimos três anos. De acordo com o professor Amarildo Pedro Cenci, coordenador da Secretaria de Finanças e Administração da atual diretoria do Sinpro/RS, o processo eleitoral revelou uma margem muito pequena de questionamento ao trabalho que foi desenvolvido pela gestão que encerra seu mandato no próximo dia 20 de outubro.

“Recebemos três votos sobre cada um que foi dado à oposição”, comemora Cenci. Ele, que, na diretoria que vai ser empossada no mês de outubro, passará a coordenar a Secretaria de Comunicação Social da entidade, analisa ainda que o fato da Chapa 1 ter ganho em todas as 15 Delegacias Sindicais do Sinpro/RS demonstra o enraizamento de seus integrantes na base do sindicato. “Isso só vem a confirmar o Sinpro como uma entidade, de fato, estadual”, destaca.

A professora Liria Romero Dutra, que foi eleita para a coordenação da Secretaria de Organização do Sinpro/RS, faz questão de lembrar que a diretoria que assumirá a entidade até o ano 2001, mesmo sendo de situação, apresenta uma renovação de 40% em seu quadro. “Fomos pejorativamente taxados de continuístas, por algumas pessoas durante o processo eleitoral. Mas, conforme a vontade da própria categoria, vamos muito mais do que dar continuidade ao exitoso trabalho do Sinpro. Vamos aprofundá-lo”, afirma a professora, ela própria assumindo pela primeira vez um cargo de dirigente sindical.

Personagem
Professor Adriano aposta na participação

O professor de Educação Física Adriano Francisco Goulart, 84 anos, foi um dos 230 mesários que trabalharam por turno nas eleições da nova diretoria do Sinpro/RS neste ano. Aposentado, diz que não perde nenhuma oportunidade para participar das atividades do sindicato. Ele mesmo se colocou à disposição para trabalhar nos três dias de votação. Está não é a primeira. Adriano puxa pela memória e garante que no mínimo já trabalhou em quatro eleições no Sinpro/RS.

 

“O aposentado não pode se esconder. Isso seria morte certa”, profetiza o professor. Essa regra é seguida por ele à risca. Regularmente dá aulas de educação física para senhoras no salão da Igreja Nossa Senhora da Glória, na rua Oscar Pereira. O sindicato é outro contato que Adriano Goulart não deixa de lado. “Ainda sou sócio do Sinpro. Nosso sindicato valorizou muito nossa profissão. As próprias escolas reconhecem o trabalho dele hoje”, expõe. “Isso sem falar na convivência com os colegas nas sedes da entidade”.

Natural de São Gabriel, o professor Adriano Goulart vive em Porto Alegre desde 1950 onde criou e deu estudos aos seus cinco filhos. “Hoje todos estão formados e em boas condições. O mais velho é general”, destaca.

Prêmio Educação
Indicações já estão sendo enviadas ao Sinpro/RS

Os integrantes da comissão indicadora do Prêmio Educação RS 1998, instituído pelo Sinpro/ RS neste ano, já estão repassando para o sindicato os dados das instituições, grupos ou profissionais que concorrerão na primeira edição do prêmio. O prazo limite para as indicações encerra na primeira semana de setembro. A comissão indicadora é formada por 62 integrantes (Veja box), representantes das Faculdades de Educação do estado, entidades e instituições ligadas à educação, autoridades e profissionais destacados no setor.

Lançado na programação comemorativa aos 60 anos do sindicato, o Prêmio Educação RS abrange todo o Rio Grande do Sul. Segundo o professor Celso Stefanoski, coordenador da Secretaria de Educação do Sinpro/ RS, o objetivo da iniciativa é sinalizar o reconhecimento público de pessoas e instituições que trabalham pela valorização da educação no estado.

As indicações serão avaliadas pela Comissão Julgadora do prêmio, formada por sete profissionais reconhecidos na área da Educação. São eles: a Doutora em Educação Marí Forster, professora do Mestrado em Educação da Unisinos e assessora pedagógica da PUC/ RS, o mestre em Educação Danilo Gandin, o doutor em Psicologia Escolar Fernando Becker, professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o jornalista Ruy Carlos Ostermann, o professor Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS e membro do Conselho Estadual de Educação, a professora Lígia Kauer, presidente do Conselho Municipal de Educação de Porto Alegre, e Eunice Wolf, Secretária de Formação da CUT/RS. A entrega do troféu, criado pelo escultor Gustavo Nakle, aos cinco contemplados com o prêmio será na véspera do Dia do Professor, 14 de outubro. A cada ano, o Sinpro/RS promoverá uma edição do Prêmio Educação RS.

PRÊMIO EDUCAÇÃO RS
COMISSÃO INDICADORA – 1998

 

Comentários