EDUCAÇÃO

Professores querem propostas de remuneração

Publicado em 24 de setembro de 1999

Depois de mais de dez anos reivindicando o pagamento da Hora-Atividade, os professores da rede particular de ensino definiram um prazo para o sindicato das escolas apresentar uma proposta concreta que garanta a remuneração do trabalho extraclasse (preparação de aulas, correção de provas, entre outras). A decisão foi tomada em assembléia geral, no dia 28 de agosto, em Porto Alegre. Se não for apresentada uma proposi-ção até 15 de outubro (Dia do Professor), os professores autorizam o Sinpro/RS a entrar com ações coletivas na Justiça contra as instituições de ensino que não pagam a Hora-Atividade.

“Estamos priorizando a ne-gociação”, destaca Amarildo Pedro Cenci, diretor do Sinpro/ RS. “Isso sintoniza com o perfil da entidade que, consciente do direito, acredita na possibilidade de solução através do diálogo”.

A remuneração da Hora-Atividade foi um dos principais pontos da pauta de reivindicações dos últimos dez dissídios coletivos. Os ensinos público federal, estadual e o municipal de Porto Alegre e mesmo algumas instituições particulares de ensino já pagam por esse trabalho extraclasse. No final de 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) somou-se aos argumentos da categoria. “Nessa lei, constata-se a obrigatoriedade para todos os professores de um período reservado para estudos, planejamento e avaliação, independentemente de rede de ensino, pública ou privada”, explica Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS.

A Justiça do Trabalho foi apontada como um dos caminhos que deveria ser percorrido pelo Sinpro/RS para garantir a remuneração da Hora-Atividade, em seminário estadual realizado em julho. O sindicato também promoveu um plebiscito junto à categoria. “Nessa consulta, 93,8% dos professores apoiaram o ingresso de ações coletivas”, conta Cenci.

A assembléia geral do dia 28 também aprovou a proposta do Sinpro/RS de ingressar com ações coletivas na Justiça contra a Caixa Econômica Federal, solicitando a reposição de perdas no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos professores decorrentes dos planos econômicos de junho/julho de 1987, janeiro de 1989, março/ abril de 1990 e fevereiro de 1991. O sindicato representará na Justiça apenas os seus associados que autorizarem por escrito. Nas próximas semanas, o Sinpro/RS enviará aos professores sócios uma relação dos procedimentos necessários (procuração, autorização, documentação, etc.) para o ingresso dos interessados nesta ação judicial. Os custos da ação serão assumidos pelo sindicato e não serão cobrados honorários advocatícios dos beneficiários.

Sinpro/RS inaugura sede em Canoas

Os professores da rede particular de Canoas já têm à sua disposição uma sede do Sinpro/ RS no município, inaugurada no dia 19 de agosto, na rua XV de Janeiro, 121, sala 605. O horário de funcionamento é das 13h30min às 18h30min, de segunda a sexta-feira. A sede con-ta com assessoria jurídica para causas trabalhistas (individual e coletiva, assim como para assuntos previdenciários), opções de convênios, cadastro de novos associados, rescisões contratuais, banco de emprego e outros.

Segundo o professor Norberto Schwarz Vieira, diretor do Sinpro/ RS, a sede em Canoas se justifica pelo crescimento do número de sócios do sindicato no município. “É o resultado da sintonia da entidade com os professores”, observa. “O Sinpro/RS tem presença diária nas escolas e sua luta está voltada para a melhoria da qualidade de vida do professor”.

Explorando Conceitos

A professora Dolurdes Voos apresentou uma oficina sobre o trabalho Explorando Conceitos de Geometria e Geografia, que vem sendo desenvolvido no Colégio Americano de Porto Alegre, na X Conferência In-teramericana de Educação Matemática. O evento aconteceu na Junta Departamen-tal de Maldonaro, no Uruguai, de 8 a 13 de agosto. Trata-se de um trabalho interdisciplinar sobre geometria plana e analítica e geografia física. Os conteúdos são desenvolvidos com alunos do ensino médio através da interação com software. No retorno, Dolurdes foi homenageada pela Associação dos Professores do Instituto Metodista de Educação e Cultura e direção do Americano.

O dobro de visitas

Em levantamento realizado durante o mês de julho o site do Sinpro/RS obteve 4.508 acessos. Quase o dobro do mês anterior. De acordo com a pesquisa realizada pelo provedor, a Conectt, cerca de 140 internautas estiveram no site a cada dia. Uma das páginas mais acessadas foram Jornais Brasileiros, o Banco de Empregos e o Cadastro de Professores. Desde que o site foi criado, há dois anos, mais de 42.748 pessoas acessaram suas páginas.

Prêmio Educação tem 50 indicados

Sinpro/RS consolida a premiação valorizando as iniciativas e projetos que estimulam um ensino voltado para a cidadania

O Sinpro/RS já está com tudo pronto para a edição do Prêmio Educação/1999. A comissão julgadora deverá escolher os laureados entre 48 profissionais, grupos, instituições e projetos ligados à educação que foram indicados ao troféu Pena Libertária deste ano.

A premiação foi instituída no ano passado por ocasião do aniversário de 60 anos do sindicato e ganha sua segunda edição, consolidando-se como um evento anual. De acordo com a coordenadora de Secretaria de Educação do Sinpro/RS, Soraya da Silveira Franke, são três os objetivos da entidade com este prêmio: resgatar a valorização da educação e dos trabalhadores em educação; incentivar o desenvolvimento de iniciativas na área; reconhecer e valorizar projetos educacionais do nosso estado.

Os cinco troféus Pena Libertária – criação do artista plástico Gustavo Nakle – serão entregues no dia 15 de outubro, Dia do Professor, às 19h, no Salão Piratini do Hotel Embaixador (rua Jerônimo Coelho, 354), em Porto Alegre. Na edição de 1999 foram feitas cerca de 50 indicações, das quais sairão os cinco contemplados. Os concorrentes foram apontados por 90 indicadores (veja quadro), todos profissionais da educação com reconhecido conhecimento dos projetos desenvolvidos na sua região e no estado. Cada indicador pôde sugerir um projeto, grupo, profissional ou instituição para o recebimento do prêmio. As indicações foram feitas entre o início de abril e o dia 25 de julho.

Até o dia da entrega do prêmio, os indicados serão avaliados pela comissão julgadora, que levará em consideração critérios como compromisso com a educação, com a transformação da sociedade, desenvolvimento da cidadania e integração com a comunidade.

Comissão Julgadora

Nilton Bueno Ficher – Dr. em Educação e Professor do Programa de Pós-Graduação da UFRGS.

Sollon E. Annes Viola – Especialista em Educação, mestre em História e professor da Unisinos.

Jussara Dutra Vieira – Licenciatura em Letras e Literatura Brasileira, presidente do Cpers – Sindicato, Vice Presidente do CNTE.

Márcia Domingues Freitas e Castro – Pedagoga, Habilitação e Supervisão Escolar, especialização em Currículo das séries iniciais e orientadora pedagógica de Ensino Fundamental e Médio do Colégio Anchieta, professora de 1º e 2º Ciclo da Escola Municipal América.

Celso F. Stefanoski – Licenciatura Plena em Filosofia, especialização em Educação Popular, coordenador de formação do Sinpro/RS.

Pedrinho Alcides Guareschi – PHD em Sociologia pela universidade de Wisconsin (EUA).

Edni Oscar Schröder – Diretor geral da Secretaria de Estado da Educação.

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