OPINIÃO

Brincadeira boa

Por Elisa Lucinda / Publicado em 28 de agosto de 2001

Garotinha que fui

Arte: Ricardo Machado

Arte: Ricardo Machado

Vou falar: Hoje só estou embalada no sucesso de ontem. Faz um bem dar amor e receber! É como uma parceria para, neste momento, estarmos todos fazendo a mesma coisa, tocando o mesmo tambor.

Os aplausos são palmadinhas de reconhecimento na bundinha de minha autoestima. Fico concordando com os outros quando dizem que sou uma boa companhia e fico por isso muito bem comigo.

Eu disse comigo, eu não disse sozinha porque sozinha eu não fico nem hei de ficar. Sabe por quê? Essa fofoqueira menina, essa moleca que enche os acontecimentos de rimas, não me larga.

Eu também, de minha parte, não sei viver sem ela: minha santa amada, minha safada, minha vizinha, minha irmãzinha querida, minha amiguinha, meu óculos mágico, meu olhar, minha mãe e minha filha, a poesia por quem e ao lado de quem eu luto.

É minha madrinha, no colo de quem durmo e com quem brinco desde garotinha. Eu fui uma garotinha poeta. A prova disso é que ainda sou.

Essa garotinha sapeca que tanto se vê em mim adora um palco, um quintal, uma pegadinha, um dia-a-dia, e não apareceu no meu caminho agora. Eu a conheço de antes, é de pequena que eu a trago, e foi pra isso que eu a trouxe: pra brincar com ela junto com os outros, ensinar a quem não sabe e brincar com ela quando tivermos só nós duas pra brincar.

 

Elisa Lucinda é colunista do Extra Classe – elisalucinda@radnet.com.br

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