CULTURA

Eduardo Guimaraens em poemas inéditos

César Fraga / Publicado em 9 de dezembro de 2002

A Editora Libretos lançou um livro com poemas inéditos do poeta gaúcho Eduardo Guimaraens, Dispersos. A obra é composta por textos pertencentes ao acervo da família, que na verdade já haviam sido publicados, mas apenas na forma de reprodução no livro Paisagens Reinventadas – Traços Franceses no Simbolismo Sul-rio-grandense, da professora Maria Luiza Berwanger da Silva (Editora da Universidade, Ufrgs, em 1999). É a própria Maria Luiza, estudiosa da obra do escritor, quem assina a organização do material editado por Rafael Guimaraens, neto do poeta. Os poemas de Guimaraens estão sempre acompanhados de uma reprodução do original, um atrativo à parte no belo projeto gráfico de Clô Barcellos, que apresenta um acabamento caprichado, fazendo justiça à trajetória do autor. Porém, tal opção não tem relação apenas com a estética. Como a própria organizadora comenta já na apresentação do livro, ao observarmos as reproduções dos originais, é possível acompanhar a evolução do poema desde o esboço da idéia, os rabiscos e as reescrituras, as modulações de ritmo e forma, o fazer e refazer até a conclusão do texto final.

O poeta, nascido em 30 de março de 1892, filho de um jornalista português exilado no Brasil, defensor de idéias republicanas, dedicou-se desde cedo à literatura incentivado pelo pai, que chegou a financiar seu début, um livreto de poesias escrito quando tinha ainda 13 anos.

São atribuídas a ele as bases do simbolismo gaúcho, sendo contemporâneo e conviva de Álvaro Moreyra, Felipe d’Oliveira, Homero Prates, Alceu Wamosy, Dionélio Machado, Alcides Maya, Mario Totta, Raul Bopp entre outros. Além de atuar em jornais de Porto Alegre, como A Federação e o Correio do Povo, também foi cronista de publicações importantes do Rio de Janeiro: Boa Hora, Fon Fon.

Guimaraens foi também um incentivador do modernismo no estado, porém, morreu jovem, aos 36 anos, no dia 13 de dezembro de 1928, há exatos 74 anos. Deixou como sua única publicação, Divina Quimera, de 1916, que, posteriormente a sua morte teve reedição ampliada pela Livraria do Globo, em 1944.

 

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