CULTURA

Filosofia para baixinhos

César Fraga / Publicado em 8 de março de 2005

No final do ano passado, a Tomo Editorial lançou Sócrates, o terceiro volume da coleção Filosofinhos/Les Petits Philosophes. Os textos do livro são de Maria de Nazareth Agra Hassen com ilustrações de Juska. O preço sugerido por exemplar é de R$ 10,00.

A coleção tem a intenção de aproximar o leitor infantil da filosofia ao apresentar às crianças historinhas cujos personagens já eram grandes filósofos mesmo quando ainda eram pequenos… Nessas histórias, os pensadores são crianças que já apresentam algumas de suas idéias revolucioná-rias. A lógica da coleção aposta no fato de as crianças serem curiosas por natureza, característica considerada fundamental para buscar o saber. Outro ponto é a introdução da Filosofia de forma lúdica, o que, de acordo com os editores, favorece a exploração do mundo do conhecimento.

Essa coleção tem também a ambição de ajudar os adultos a pensar o mundo e a compreender as crianças e, principalmente, quer mostrar como é bom ser curioso e indagador. Para os adultos (pais, cuidadores e professores), cada volume inclui uma pequena biografia do pensador retratado, além de sugestões de outras leituras para aprofundar o conhecimento.

As histórias são bilíngües (português/francês), porque a coleção tem como propósito alargar as fronteiras da criança, mostrando-lhe que a mesma história pode ser lida em outra língua. Outro detalhe é o acabamento politicamente correto: visando a estimular o pensamento crítico e uma relação do homem com o meio ambiente, os livros são impressos em papel reciclado e possuem o diâmetro um pouco maior do que o de um CD (o que facilita o manuseio por mãos pequenas). Os volumes anteriores são René Descartes(Maria de Nazareth Agra Hassen e ilustrações de Juska); Sigmund Freud (Celso Gutfreind e ilustrações de Juska).

Ler e escrever
Leitura e escrita, temas para reflexão (Premier editora, 200 p.), de Noelly Klein Varella. O livro reúne artigos produzidos e/ou orientados pela organizadora, trazendo teoria e prática sobre o tema que dá título a obra. A autora é mestre em Letras e especialista em Alfabetização. Atua no ensino superior privado a alguns anos, tendo le-cionado em várias instituições: Fundasul, Feevale, Faccat e Unisinos. Nesta última, além de ter atuado na graduação e pós-graduação, tem colaborado para projetos na área de alfabetização, ensino fundamental e educação corporativa.

 

Holocausto esquecido
Ensaios sobre o anti-semitismo contemporâneo (Sulina, 326 p.), organizado por Luis Millman. O mote principal da publicação é o fato de estudos apontarem que cada vez menos jovens tem conhecimento ou ouviram falar do Holo-causto. O livro se propõe ser uma incursão crítica no preconceito e na ignorância que geram o anti-semitismo.

 

Romance-ensaio
Tão grande quase nada, de Nélson Rego (Tomo Editorial), livro de estréia do autor na ficção, é um romance que se aproxima do ensaio reflexivo sobre a miséria cotidiana. A obra teve seu lançamento na feira do Livro, mas infelizmente passou despercebida em meio a tantos títulos de autores mais conhecidos. O escritor é gaúcho e professor da UFRGS com formação em Filosofia e Geografia. Suas publicações anteriores foram voltadas para questões acadêmicas no campo das humanidades e ambiental.

 

Debates de bolso
A filantropia empresarial, de Natha-lie Beghin, e O protagonismo da sociedade civil, de Maria da Glória Gohn, são os mais recentes volumes da excelente coleção Questões de nossa época (Editora Cortez, 120 p. cada). O formato de bolso é o grande diferencial. O primeiro aborda de forma didática e simples as estratégias de marketing, a filantropia e a nova consciência social. O segundo apresenta novos modelos de associativismo civil protagonizado por movimentos sociais, ONGs, redes de cooperativas solidárias, entidades e organizações do terceiro setor na atualidade.

 

História medieval
Os templários e o Graal (Record, 304 p.), resgata o assunto do debate esotérico e o recoloca na pauta de assuntos sérios. A historiadora medieval Karen Ralls fundamenta e desmistifica a história, tanto obscura quanto controversa, desses cavaleiros, analisando fontes acadêmicas, mas sem deixar de considerar as lendas populares. A história dos templários, que se confunde com a das cruzadas, assim como a da demanda do Graal, por muito tempo andaram unidas tanto na história quanto nas lendas. Muitos pontos de vista são apresentados para tornar acessível o extenso material acadêmico sobre o assunto. Karen Ralls é Ph.D. em História Medieval e Civilização Celta pela Universidade de Edimburgo, na Escócia. Foi curadora adjunta do Rosslyn Chapel Museum, é diretora do Ancient Quest e atua nos arquivos do UK Templar Sites Project.

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