EDUCAÇÃO

Urcamp e Unipampa

Publicado em 4 de agosto de 2005

No próximo dia 20 de agosto, o Sinpro/RS estará realizando no auditório do Senac (Av. Mal Floriano 1456, Bagé), seminário para discutir o futuro da Urcamp e dos seus professores. Também será tema do encontro a alteração estatutária da mantenedora da Urcamp, a Fundação Atila Taborda (FAT), para adequação às exigências do governo para que a instituição se habilite a participar da expansão da oferta de vagas públicas na região.

O plano do governo federal de expansão do ensino público para a região de abrangência da Urcamp foi anunciado no dia 27 de julho, em Bagé, durante ato público que contou com a presença do presidente Lula, do ainda ministro da Educação Tarso Genro e de seu sucessor Fernando Haddad (atual ministro), além do governador Germano Rigotto, prefeitos da região, deputados estaduais, federais e vereadores. Diante de um público de mais de 30 mil pessoas foi anunciado, para surpresa de muitos, não a federalização da Urcamp, mas a intenção de criação de uma nova universidade federal para atender as demandas regionais, a Universidade Federal do Pampa (UFP), já apelidada de Unipampa. Inicialmente, as vagas serão oferecidas por meio de extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), utilizando, em parte, estrutura da Urcamp.

CONTRADIÇÕES – “Depois de muitas afirmações, desmentidos e conjecturas, o anúncio oficial surpreendeu a direção do Sinpro/RS e a comunidade acadêmica”, garante o diretor do Sindicato Marcos Fuhr. “Aquilo que era para ser o produto final de um processo – a mudança estatutária e administrativa da Urcamp em prol de uma engenharia institucional para criar um novo modelo de universidade – se revelou, ao que parece, como um processo paralelo à criação de mais uma universidade federal na Região Sul do Estado”, conclui Fuhr. Em reunião ocorrida semanas antes do anúncio oficial, o ainda ministro Tarso Genro havia dito à comissão de professores da Urcamp, na sede estadual do Sinpro/RS, em Porto Alegre, que apostava mais na hipótese de um novo modelo ins-titucional do que na criação de uma nova universidade federal nos moldes tradicionais. Mudou de idéia, muito provavelmente persuadido pela ala do MEC favorável à criação de uma nova universidade federal. “Diante desse quadro, permanece a expectativa sobre o que realmente vai acontecer com a Urcamp, seja no aspecto ins-titucional como da sua própria clientela face à existência, no futuro próximo, de uma instituição pública na mesma cidade. Quanto à constituição de um corpo docente para a nova universidade, será via concurso público”, analisa Fuhr. Segundo ele, o cenário apresentado e o conjunto de exigências oficiais consolidam o papel do Sinpro/RS na necessária negociação a ser desenvolvida nos próximos meses na Urcamp, com vistas à sua adequação ao recebimento de recursos públicos. O primeiro encontro entre o Sindicato e a reitoria ocorre no início de agosto, no dia 4. Para a noite do mesmo dia, o Sinpro/RS convocou uma assembléia com os professores.

ETAPAS – Conforme anunciado pelo governo e publicado no site do MEC, a ampliação da presença pública na Educação da Região se dará em quatro etapas: 1º) criação de novos cursos por conta da extensão da UFPel em Jaguarão e Bagé; 2º) transformação institucional da Urcamp através da constituição de um consórcio público; 3º) reforma administrativa, saneamento financeiro da Urcamp como condição para aporte de dinheiro público; 4º) criação da Universidade Federal do Pampa (necessita de aprovação no Congresso Nacional).

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