GERAL

A cidade do crime

Publicado em 28 de junho de 2006

Há exatos seis anos, em junho de 2000, a reportagem do Extra Classe entrava no Presídio Central para mostrar como funciona a estrutura política e de poder paralelo montada pelas facções do crime. Qualquer semelhança com o clima de tensão que deu origem ao Primeiro Comando da Capital (o PCC) – que na segunda quinzena de maio tomou como refém a Capital paulista e colocou em xeque as autoridades – pode não ser mera coincidência. A reportagem do EC à época acabou pautando veículos da grande imprensa que, agora, retornam à tese de que os presídios gaúchos estão à beira de um colapso.

Então com 2 mil presos, metade da população carcerária atual, o Central já desafiava as autoridades constituídas. Ali os presos ditam as regras, aplicam seus próprios métodos de justiça e flertam com a ilegalidade ao determinar leis e castigos para quem descumprir as normas internas. Os criminosos condenados têm sua própria hierarquia dentro do presídio: escolhem seus representantes para interlocução com as autoridades de direito e dividem o poder por área, onde cada uma das nove galerias de detenção tem prefeito, secretário, assessor jurídico e outros cargos adjacentes. As formas de conquistar uma dessas posições, sinônimo de bem-estar, privilégios e respeito, nem sempre são democráticas. Ainda vale a lei do mais forte. Para ler de novo:www.sinprors.org.br/extraclasse/mai06/index.asp.

CRUZ ALTA
Unicruz finaliza estatutos

Até o final deste mês deverão estar concluídos os estatutos da Fundação e da Universidade de Cruz Alta (Unicruz) para eleição da nova reitoria a ser empossada no final do ano. A Universidade está sob intervenção do Ministério Público desde o ano passado, após a comprovação de diversos crimes cometidos por gestores e funcionários, que chegaram a ser presos na Operação Toga, desencadeada pela Justiça, MP e Polícia Federal. Em audiência realizada no dia 15 de maio, a Promotoria acompanhou a formação do Conselho Curador, que teve sua composição ampliada, passando a contar com 25 representantes dos mais diversos setores da sociedade.

URCAMP
MP apreende documentos

No dia 16 de maio, uma operação do Ministério Púbico de Alegrete com a Polícia Federal apreendeu documentos e computadores nas residências do ex-diretor do Campus da Urcamp/Alegrete, Mário Thompson Flores e da ex-tesoureira Tânia Nair Batista, em Alegrete. Um grande contingente de policiais armados de sub-metralhadoras participaram da operação “cinematográfica”. Nos jornais locais foi veiculado que até mesmo em casas de religião foram encontrados documentos da Universidade. A comunidade local acompanha o caso atenta desde o início de março, quando vieram à tona os primeiros indícios de fraude contábil e desvio de dinheiro. O escândalo financeiro envolve a antiga direção do Campus e a tesouraria. O caso está no Ministério Público. A denúncia ao MP ocorreu a partir de constatações decorrentes de inquérito administrativo e de sindicância promovidos pela reitoria de Bagé, que interviu no Campus, desligando a tesoureira e substituindo os membros da direção local.

Jornalistas – No dia 3 de junho, o jornalista César Fraga, editor executivo do Jornal Extra Classe, participou do 32º Congresso Estadual dos Jornalistas Profissionais do RS como painelista. O tema abordado foi “A importância da reportagem na mídia alternativa”, em que foi apresentado o case do Jornal Extra Classe, considerado uma referência no segmento em que atua. O evento foi promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS com o tema ‘Informação, liberdade e ética’.

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