OPINIÃO

Professores de idiomas: profissionalismo e formação

Prof. Paulo R.S. Ramos / Publicado em 18 de junho de 2007

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Ilustração: Claudete Sieber

Ilustração: Claudete Sieber

É muito comum os leigos julgarem que um bom falante de uma determinada língua estrangeira é também um bom professor. Talvez seja de senso comum que um bom professor também é um bom usuário da língua que ensina, mas um bom usuário é, com o perdão da redundância, um bom usuário. E ponto. Os professores de idiomas que trabalham em escolas sérias e preocupadas com a qualidade do serviço prestado à comunidade têm oportunidade de aprimorar seu domínio da língua e adquirir e/ou melhorar técnicas metodológicas. Dos docentes com formação específica em Letras e Pedagogia, espera-se uma boa base teórica que deverá ser espelhada na sua prática de sala de aula. Os outros profissionais com formação diversa (sempre pensando no perfil ideal…), em geral, trazem consigo um talento para o ensino ou desenvolvem essa habilidade durante um estágio de treinamento e ao longo de sua vida profissional na escola em que lecionam. A legislação não fala em formação específica para os professores que trabalham no setor de cursos de idiomas por entender que estão fora das escolas de formação em que o idioma faz parte do currículo a ser trabalhado. Isso não significa, porém, que a formação seja algo desnecessário aos profissionais de cursos de línguas estrangeiras. A realidade mostra que mesmo os docentes sem formação em Educação e em áreas afins buscam posteriormente aprimoramento por meio de cursos específicos. Alguns optam por uma nova graduação; uma grande parte escolhe cursos de especialização ou mesmo mestrado na área de Letras ou Educação. O fato é que, ou através de cursos internos e continuados nas suas escolas ou por meio de formação acadêmica, os professores de idiomas das escolas com as quais o Sinpro/RS negocia acordos são profissionais qualificados. A realidade fora deste contexto não é bem assim. Há escolas que contratam seus professores como ‘instrutores’ apenas para não se verem obrigadas a pagar o que por direito lhes é devido. Para essas escolas, basta fluência para entrar em sala de aula. Não há preocupações didático-pedagógicas quanto ao impacto daquele professor na vida dos alunos, em geral, crianças e adolescentes. A qualidade do serviço prestado passa por algum tipo de especificidade na formação do docente; sem isso e sem o respeito à sua condição de professor, é difícil esperar bons resultados no mercado de ensino de idiomas.

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