EDUCAÇÃO

Audiência Pública discutiu demissões

Publicado em 11 de maio de 2012
Comissão de Educação da Assembleia recebeu  entidades sindicais do ensino privado

Foto: César Fraga – Ascom Sinpro/RS

Comissão de Educação da Assembleia recebeu
entidades sindicais do ensino privado

Foto: César Fraga – Ascom Sinpro/RS

A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa discutiu no dia 24 de abril as denúncias das demissões em massa na Anhanguera Educacional no estado. A audiência contou com a presença do Sinpro/RS, Contee e demais entidades sindicais do ensino privado da base da Fetee/Sul, que solicitaram a manifestação dos parlamentares ao MEC, reforçando o pedido de fiscalização na Anhanguera, bem como ao Ministério Público do Trabalho.

O deputado Alexandre Lindenmeyer, proponente da audiência, considerou que há casos de crime contra a organização sindical, cabendo denúncia ao Ministério do Trabalho e ressaltou a necessidade de levar as denúncias ao MEC e ao Congresso Nacional. “Farei um pronunciamento na tribuna denunciando as irregularidades relatadas nesta audiência, que devem ainda ser reiteradas ao MEC. Também vamos buscar uma audiência pública no Congresso Nacional”, sinalizou o parlamentar. Lindenmeyer lamentou a ausência de representantes da Anhanguera e lembrou que irregularidades ocorrem também em outros estados onde a instituição atua.

A Anhanguera possui seis unidades no RS e no final de 2011 demitiu cerca de 20% do quadro de docentes em Pelotas, Rio Grande e Passo Fundo. As dispensas ocorreram logo após a finalização da avaliação institucional feita pelo MEC nas unidades do grupo. Em todo o país foram cerca de 1,5 mil professores demitidos de dezembro de 2011 a fevereiro deste ano.
O site do Sinpro/RS publica informações atualizadas, materiais da campanha e acesso às redes sociais.

O diretor do Sinpro/RS, Amarildo Cenci, apresentou os dados das demissões e irregularidades. “O modelo proposto pela Anhanguera de uma educação aplicada na bolsa de valores é um prejuízo à educação. Não é um modelo pedagógico, mas um modelo de negócio que visa apenas os lucros e mercantilização da educação”, denunciou. O dirigente também destacou práticas da instituição como aulas presenciais apenas de segunda a quarta- -feira, até às 22h, e o excesso de alunos por turma.

O Coordenador Regional Sul da Contee, Cássio Bessa, informou que a Confederação terá uma audiência com o ministro da Educação, no dia 10 de maio, para apresentar essa realidade.

“A unidade da Anhanguera em Rio Grande possui 4 mil alunos e apenas 96 professores. No curso de Direito, havia mais de 160 alunos em uma única turma”, acrescentou Ivo Motta, diretor do Sinpro/RS na Regional de Rio Grande.

A audiência também contou com depoimento de um professor de Passo Fundo demitido da Anhanguera em 2010 por defender o direito dos dirigentes sindicais de visitarem a instituição e conversar com os docentes.

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