EDUCAÇÃO

A era do assistencialismo

Publicado em 30 de abril de 2013

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Arte: D3 Comunicação

Arte: D3 Comunicação

Com a renúncia de Jânio Quadros em 1961, inicia o breve período do governo Jango – época de grandes mudanças no cenário político, na economia e nas relações internacionais. Os trabalhadores avançavam em conquistas comparáveis aos direitos adquiridos na Consolidação das Leis do Trabalho de 1943. Em fevereiro de 1964, a entidade passa a denominar-se Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Sinpro), ampliando sua base de representação, com a inclusão dos professores do Ensino Superior particular. No mesmo ano, a sede social do sindicato foi transferida da Rua Leonardo Truda, 98 para as novas dependências, mais amplas, na rua Marechal Floriano Peixoto, 38, Galeria do Rosário.

Porém, a madrugada do dia 31 de março daquele ano marcaria para sempre a vida do país e dos sindicatos, com o golpe militar que daria início a vinte anos de ditadura.

Fotos: Arquivo Sinpro/RS

Arquivo Sinpro/RS

Atendimento dentário no Sindicato

Arquivo Sinpro/RS

O secretário do Sindicato na época, João Pessoa Mucílio Damásio, eleito presidente em 1964, declarou ao Extra Classe por ocasião dos 70 anos do Sindicato, como era o clima naqueles dias: “Os colégios eram sacudidos por uma intensa mobilização provocada pelos meios políticos e sociais descontentes com a situação do país”. Segundo ele, a categoria havia decidido participar de uma greve geral da classe: “Nós  zemos várias assembleias. Na última, realizada na minha casa, foi decidida a greve como forma de adesão ao movimento geral da sociedade”

Inaugurada em 2007, a Casa do Professor oferece aos associados do Sinpro/RS 25 apartamentos equipados com toda a estrutura de um hotel. Os hóspedes ainda dispõem de área de convivência e cyber espaço.

O golpe veio antes da greve e com ele as intervenções nos sindicatos e o fechamento das entidades do movimento estudantil. Os Decretos-Lei 228, de 1967, e o 477, de 1969, respectivamente calaram estudantes e alunos. Damásio conta que não houve intervenção no Sinpro, mas uma mensagem de informação da nova direção: “recebemos um telefonema dizendo que o sindicato passava a ser dirigido por um órgão da Polícia Federal, mas uns meses depois fomos liberados para atuar, porque um tenente do exército nos comunicou que não havia nenhum processo contra o sindicato, que a revolução não tinha nada contra nós”, relata o professor.

Nos 15 anos que se seguiram houve repressão, especialmente na virada de 1970. Lideranças políticas e sindicais foram presas. O movimento sindical brasileiro foi marcado por uma postura defensiva. Nos anos 70, a diretoria do Sinpro/RS, como na maioria dos sindicatos brasileiros, realizava tarefas sindicais de cunho administrativo e assistencial. Havia uma grande preocupação em fazer do Sindicato uma entidade economicamente forte, e a intervenção do sindicato seguia o padrão do assistencialismo.

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