CULTURA

Janelas para o universo

Por Grazieli Gotardo / Publicado em 12 de maio de 2016
André leciona em quatro instituições, toca em duas bandas e divide com os alunos sua paixão por astronomia

Foto: Igor Sperotto

André leciona em quatro instituições, toca em duas bandas e divide com os alunos sua paixão por astronomia

Foto: Igor Sperotto

A paixão pela astronomia levou o professor André Lau da Costa a trocar a Engenharia pela faculdade de Física. Das aulas do laboratório da universidade, ele levou o gosto pela ciência dos astros para as classes do ensino médio. No início, oferecia oficinas gratuitas para alunos de um colégio público que lecionava.

Há dez anos, o assunto é carro-chefe de suas aulas nas quatro escolas privadas nas quais trabalha – Escola de Aplicação da Feevale, Cenecista Novo Hamburgo, EJA Champagnat (NH) e São Lucas, da Ulbra, de Sapucaia do Sul. A matéria encanta e gera muita curiosidade por parte dos alunos. “Percebo que eles têm muita carência sobre astronomia, pois é difícil encontrar com quem possam conversar, tirar dúvidas. Eles perguntam muito sobre buracos negros, planetas, e têm acesso a um lado mais moderno da física”, afirma André, que comprou um telescópio refletor de 10 polegadas para as aulas práticas e saídas de campo.

Outro papel do professor é desmistificar alguns assuntos da física como as diferenças entre astronomia e astrologia e a tão falada física quântica, assuntos que tanto despertam o interesse e sobre os quais os alunos têm pouco esclarecimento técnico. “Eu sempre tenho muito cuidado de trazer fontes confiáveis, mostrar dados reais e pesquisas científicas de instituições sérias sobre esses assuntos”, destaca o professor. O estudo e a prática não ficam restritos às salas de aula. Com um grupo de colegas fundou a Rede de Alfabetização Científica (OmegaCentauri), iniciativa que conta com um miniplanetário e telescópios para aulas teóricas e práticas.

As habilidades do professor André, de apenas 34 anos, no entanto, não ficam restritas ao campo da física. Ele toca vários instrumentos em duas bandas, uma de carnaval e uma de reggae, talento que veio da família de músicos por parte de mãe. Também se dedica a esportes como musculação, natação e surf e ainda encontra tempo para representar uma marca de produtos de nutrição. Ele conta que os alunos também se admiram da quantidade de coisas que faz, mas diz que não acredita em limites. “Tenho várias estratégias e planos A, B e C para minha vida. E acredito que todo mundo pode fazer tudo, basta querer e se dedicar”, orienta.

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