EDUCAÇÃO

Fórum debate futuro das comunitárias na conjuntura nacional

A gestão das instituições comunitárias gaúchas de educação superior foi o centro dos debates da 9ª Reunião Plenária do Fórum pela Gestão Democrática das Ices, realizada em outubro em Porto Alegre
Publicado em 10 de novembro de 2016
Fórum debate futuro das comunitárias na conjuntura nacional

Foto: Igor Sperotto

O encontro reuniu professores, funcionários e estudantes

Foto: Igor Sperotto

As instituições que não resolveram seus problemas estruturais nesse período de Fies e Proies terão sérias dificuldades. O alerta é do professor Martinho Luis Kelm, reitor da Unijuí e ex-presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), na 9ª Reunião Plenária do Fórum pela Gestão Democrática das Ices, realizada em Porto Alegre, dia 22 de outubro. O encontro reuniu professores, funcionários técnicos e administrativos, estudantes e representantes de instituições comunitárias de educação superior (Ices).

O reitor Kelm traçou um panorama das transformações que vêm ocorrendo com a redução de programas de financiamento da educação, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies), a ampliação de ofertas próprias de financiamento estudantil, a relação das comunitárias com a sociedade, o aumento da competitividade e a gestão das instituições comunitárias. Kelm falou com preocupação também sobre a previsão de redução da oferta de cursos pelas comunitárias, tanto de graduação como de pós-graduação, e o fracasso do Plano Nacional de Educação (PNE) diante das novas políticas. “Com o avanço de grupos mercantilistas na educação, a lógica das comunitárias é incompatível com o paradigma competitivo. A saída é a blindagem social, pois somos nós que fazemos a diferença nas comunidades em que atuamos”, considerou.

O professor Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS, que coordenou os trabalhos do Fórum, destacou a profunda preocupação em relação à compra da Estácio pela Kroton Educacional, anunciada em setembro e que está em avaliação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “É muito importante as instituições comunitárias considerarem os segmentos internos – professores, técnicos e estudantes – na gestão das suas políticas”, alertou.

MENSALIDADES – O reajuste das mensalidades e salários foi outro tema debatido da 9ª Reunião Plenária do Fórum pela Gestão Democrática das Ices. As projeções apresentadas pelo diretor técnico do Dieese, Ricardo Franzoi, mostraram a evolução das mensalidades do ensino básico e superior em comparação à inflação. “Essa evolução tem sido largamente vantajosa para as mensalidades, que ficaram sempre acima da inflação”, destacou. De 1996 a 2015, o reajuste das mensalidades na educação básica ficou 41,7% acima dos salários e, na educação superior, 30,8%.

Os estudantes estiveram representados por diversos diretórios acadêmicos (DA) e diretórios centrais de estudantes (DCE) de instituições comunitárias, que se manifestaram demonstrando interesse em fortalecer a organização dos estudantes e colaborar com a gestão democrática das instituições.

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