CULTURA

ARI homenageia Vasques 

O  cartunista recebeu o Prêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa por seus 50 anos de carreira; releia as entrevistas em que o artista repassa sua carreira
Da Redação / Publicado em 27 de dezembro de 2018

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Edgar Vasques recebeu de SchrôderPrêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa: "antiguidade também é posto"

Foto: Igor Sperotto

Edgar Vasques recebeu de Schrôder o Prêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa: “antiguidade também é posto”

Foto: Igor Sperotto

Na última edição do Prêmio ARI de Jornalismo, no dia 19 de dezembro, a Associação Rio-grandense de Imprensa concedeu a Edgar Vasques, cartunista do Extra Classe, o Prêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa. O cartunista foi um dos cinco agraciados com a honraria, também conferida também à Associação de Diários do Interior (ADI-RS), à agência de Checagem de notícias Filtro Fact-Checking, criada pelas jornalistas Taís Seibt e Naira Hofmeister, ao Caderno de Sábado do Correio do Povo, e ao  jornalista Antônio Goulart, diretor da ARI e que coordenou o prêmio por duas décadas.

O desenhista Edgar Vasques, “meio século pendurado no pincel”, como ele costuma referir seus 50 anos de carreira, é o pai do Rango, personagem icônico da luta contra a fome e as injustiças sociais criado por ele nos anos 1970, em plena ditadura militar, e que ganhou espaço de destaque, com novas histórias e cores, a partir do ano 2007 no Extra Classe. “Antiguidade é posto”, esclareceu ao receber o troféu de outro chargista, o jornalista Celso Schröder. “A linguagem do humor é muito sedutora e abrangente: promete o prazer do riso e entrega a consciência”, definiu.

BEM PÚBLICO – Entre aplausos, alguns constrangidos, Vasques endereçou críticas a setores da imprensa que, segundo ele, atuam de forma irresponsável diante da ameaça antidemocrática. “É preciso cobrar responsabilidade da imprensa. Não há liberdade se não vier junto a responsabilidade. Tanto se fala em autocrítica, pois eu estou esperando a autocrítica da imprensa que pavimentou o caminho para esses oportunistas que tomaram conta do país. Está na hora da imprensa colocar a mão na consciência e fazer o seu papel social, não tratando a informação como mercadoria e sim como um bem público. Não existe liberdade sem consciência, não existe liberdade sem pluralidade de opinião, não existe paz se não houver igualdade. Temos que trabalhar para reduzir as diferenças e a desigualdade bárbara que existe neste país, sob pena de não termos paz nunca. Não é com a força, não é armando as pessoas que vamos ter essa paz. É dando oportunidade e educação para todos, e não tirando recursos dessas áreas. Nesse processo de egoísmo galopante que nós estamos vivendo, eu queria evocar aqui o poeta Vinícius de Moraes e dizer só uma frase dele: “É impossível ser feliz sozinho”, concluiu.

Releia as entrevistas concedidas em 2018 por Edgar Vasques ao Extra Classe por conta dos seus 50 anos de carreira: 

Edgar Vasques: as aventuras de um desenhista crônico (1ª parte)

Edgar Vasques: nem sectário, nem otário   (2ª parte)

 

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