CULTURA

Morre o escritor e jornalista Walter Galvani

Ele Faleceu na madrugada desta terça-feira, 29, vítima de uma parada cardíaca e diagnosticado com covid-19. Premiado como jornalista e escritor, frequentou as listas de mais vendidos da Feira do Livro
Por César Fraga / Publicado em 29 de junho de 2021
Walter Galvani morre aos 87 anos em Porto Alegre

Foto: René Cabrales/Arquivo Extra Classe

Walter Galvani obteve reconhecimento como escritor e jornalista em prêmios regionais e internacionais

Foto: René Cabrales/Arquivo Extra Classe

“É preciso contestar todas as verdades estabelecidas”, dizia Walter Galvani, jornalista e escritor. Ele Faleceu na madrugada desta terça-feira, 29, em Porto Alegre, vítima de uma parada cardíaca, diagnosticado com covid-19. Integrante da Academia Rio-Grandense de Letras, o autor também foi patrono da 49ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2003. Ele deixa a esposa, duas filhas e quatro netos.

Galvani, tinha 87 anos e conforme informações da família não haverá velório em decorrência da pandemia da covid-19. O jornalista estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Mãe de Deus para tratar de ferimento na perna. O escritor já tinha uma válvula no coração e precisaria repô-la, mas estava debilitado para o procedimento.

Testemunha da história

Galvani nasceu no dia 6 de maio de 1934, em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, onde viveu na juventude. Após os 24 anos fixou-se na Capital, onde residiu até 1997. Por fim, mudou-se para Guaíba. Autodidata, iniciou sua vasta carreira jornalística em Canoas, no jornal Expressão, ainda em 1954. Depois disso, passou por vários veículos de comunicação de Porto Alegre, como Folha da Manhã, Folha Esportiva, Folha da Tarde e Correio do Povo. Apresentou na Rádio Guaíba os programas Espaço Aberto e o Guaíba Revista. Vencedor de vários prêmios de jornalismo, inclusive o Prêmio ARI de Crônicas, passou a dedicar-se à pesquisa histórica a partir dos anos 90.

Ativo, recentemente escrevia crônicas semanais para o Diário de Canoas e Folha de Guaíba. Também fazia publicações constantes de seus textos e reflexões em sua conta no Facebook. O seu amigo pessoal, o escritor e historiador William Keffer, por ocasião do falecimento, disse ao jornal Correio do Povo, onde ambos se conheceram “Galvani deixa um legado de enorme importância no jornalismo e na literatura do Rio Grande do Sul e do Brasil”, afirma.

O escritor

Em 2003, Galvani divertia-se entre Drummond e Quintana, na Praça da Alfândega durante entrevista

Foto: René Cabrales/Arquivo Extra Classe

Em 2003, Galvani divertia-se entre Drummond e Quintana, na Praça da Alfândega durante entrevista

Foto: René Cabrales/Arquivo Extra Classe

A partir de 2000, Galvani passou também a fazer parte de um clube seleto, o dos escritores que freqüentam as listas dos mais vendidos. Seu livro de estréia, Nau capitânia, foi a primeira biografia de Pedro Alvares Cabral. Com ele, Galvani conseguiu prestígio e premiações dentro e fora do Brasil, além de receber um dos mais importantes prêmios literários da América Latina, o Casa de Las Américas, em Cuba.

Entre as publicações de Walter Galvani estão: Um Século de Poder – os Bastidores da Caldas Júnior (1995); Nau Capitânia (1999);  A Noite do Quebra Quebra (1993)
Anacoluto do princípio ao fim (2003);  A Feira da Gente (2004); Crônica: o voo da palavra (2004)

Leia a entrevista Do princípio ao fim concedida ao Extra Classe, em 2003, por ocasião do lançamento de Anacoluto do princípio ao fim, na Feira do Livro de Porto Alegre, para a qual foi escolhido como patrono daquela 49ª edição. Nesta entrevista ele fala sobre história, jornalismo, literatura e apresenta sua visão política do Brasil, que continua atualíssima.

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