CULTURA

Ecarta inaugura a mostra Sobre o que sonha, de Sandro Ka

Com curadoria de Roger Lerina, mostra será aberta na sexta-feira, 4, às 19h, na Galeria Ecarta, tendo a bandeira do Brasil como ponto de partida para uma reflexão crítica sobre a realidade do país
Por Redação / Publicado em 31 de outubro de 2022

Foto: Sandro Ka

Na centralidade da exposição está a figura da bandeira brasileira

Foto: Sandro Ka

A exposição Sobre o que Sonha, de Sandro Ka, reúne trabalhos inéditos do artista, em linguagens variadas: fotografia, objeto, vídeo e instalação. Na centralidade dessa produção, o Sandro Ka explora a figura da bandeira brasileira, suas cores e signos cívicos como reflexões sobre distopia, utopia, borramento, difusão, engajamento e posicionamento.

“O conjunto de obras tem como discurso o atual cenário político do país em suas contradições e paradoxos, presentes em nosso imaginário por meio de imagens e símbolos culturalmente construídos, apropriados e disseminados”, adianta o curador Roger Lerina. “Um convite a pensarmos quem somos, como somos e para o quê somos – justamente em um dos momentos mais dramáticos da história recente do Brasil”, completa o jornalista e crítico de cinema.

A mostra Sobre o que Sonha será inaugurada na próxima sexta-feira, 4, às 19h, na Galeria Ecarta, em Porto Alegre (Avenida João Pessoa, 943), com visitação até 4 de dezembro, com entrada franca.

Na mostra, o quebra-cabeças da reconstrução

Foto: Adriana Marchiori

Sandro Ka é é pesquisador, professor, mestre e doutor em artes visuais

Foto: Adriana Marchiori

Sandro Ka é pesquisador, professor, mestre e doutor em artes visuais. Pertence a uma geração de artistas que examina os significados do cruzamento entre a cultura popular e acadêmica, empregando o humor e a ironia para discutir a validade das regras convencionais do processo de apropriação da arte.

Entre as obras interativas está o manuseio de um quebra-cabeças de 4.608 peças em que o artista propõe uma tarefa cuja dimensão extrapola o indivíduo e convoca o coletivo. “A lição de história que Sandro Ka esboça ainda está para ser sonhada por nós”, conclui o texto curatorial.

“Só o trabalho conjunto, para além das idiossincrasias e limitações particulares, poderá resultar em uma eventual refundação”, pontua Lerina diante da fratura social em que se encontra o país.

Para o curador, o artista expressa sua poética motivada por uma inteligente e aguda ressignificação da arte e seus códigos, da sociedade e seus mitos, da cultura e suas regras – e convida para essa imersão nessa mostra.

Trajetórias destacadas

Tanto o artista como o curador têm larga trajetória na difusão das artes visuais. Sandro Ka é professor de artes visuais na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, onde vive e trabalha. Doutor e mestre em Artes Visuais (PPGAV/Ufrgs), possui uma extensa trajetória em importantes espaços expositivos dentro e fora do Brasil.

Desde 2003, participa de ações e mostras dentre as quais se destacam o projeto de intervenção urbana Piscina (Praça da Alfândega, Porto Alegre, 2015), as exposições individuais Antes que a Noite Acabe (Casa de Cultura Mario Quintana, Porto Alegre, 2022), PaisajeComún (EAC, Montevidéu, 2018), Paisagem Comum (Museu do Trabalho, Porto Alegre, 2018), Tanto Barulho por Nada (Margs, Porto Alegre, 2017) e Deixa Estar (MACRS, Porto Alegre, 2013).

Também, participou das coletivas Salão Nacional de Arte Contemporânea de Goiás (MAC-GO, Goiânia, 2022), Arte Contemporânea.RS (MACRS, Porto Alegre, 2021), A Condição Básica (Fundação Vera Chaves Barcelos, Viamão, 2018), Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira (Santander Cultural, Porto Alegre, 2017 e Parque Lage, 2018), 1ºPrêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea (Paço Municipal, Porto Alegre, 2017), Mostra Sesc Cariri de Culturas (Juazeiro do Norte, 2014, 2015 e 2017) e VIII Bienal do Recôncavo Baiano (Centro Cultural Dannemann, São Félix, 2006), entre outras.

Sandro Ka foi finalista do 1º Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea (2017) e vencedor do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas: Destaque em Textos, Catálogos e Livros Publicados (2009), sendo indicado na mesma premiação nas edições 2009, 2014, 2015 e 2018. Possui obras em coleções particulares e públicas, como Margs (POA/RS), MACRS (POA/RS), Pinacoteca Aldo Locatelli (POA/RS), UFCSPA (POA/RS), Amarp (Caxias do Sul), MAVRS (Passo Fundo/RS), FVCB (Viamão/RS) e Sesc Juazeiro (Juazeiro do Norte/CE).

O curador da mostra Roger Lerina é jornalista e crítico de cinema. Formado na primeira turma (2019/2020) do Curso de Pós-Graduação Práticas Curatoriais do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Ufrgs, é integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema da (Abraccine). Ele é editor do site Roger Lerina, uma plataforma dedicada a notícias, artigos e vídeos sobre cinema, artes cênicas, música, artes visuais e eventos culturais. Integra o conselho artístico do evento Noite dos Museus, em Porto Alegre, desde 2019, e a comissão de seleção das atrações musicais da Virada Sustentável em Porto Alegre desde 2018.

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