ECONOMIA

A informalidade minou o sistema de capitalização no Chile, afirma empresário

São 2,4 milhões de trabalhadores informais no Chile contra 4,8 milhões formalizados, um índice de 33,5% de informalidade. No Brasil, o trabalho não registrado está na casa dos 45%.
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 30 de maio de 2019
Alfonso Swett, presidente da poderosa Confederação da Produção e do Comércio do Chile (CPC)

Foto: Generacion Empresarial

Alfonso Swett, presidente da poderosa Confederação da Produção e do Comércio do Chile (CPC)

Foto: Generacion Empresarial

O aumento da informalidade transformou em uma bomba social o sistema de capitalização chileno, modelo em que o ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, se espelhou para seu projeto de reforma da Previdência Social no Brasil. A conclusão não é de nenhum sindicalista, muito menos de integrantes da NO+AFP, movimento que luta pela extinção do modelo implantado durante a ditadura de Pinochet em 1981 no país andino, mas, sim, do empresário Alfonso Swett, presidente da poderosa Confederação da Produção e do Comércio do Chile (CPC).

De acordo com Swett que apresentou sua análise 8° Encontro Santander da América Latina, que está ocorrendo em Madri, Espanha, o governo chileno não ficou atento às mudanças no mercado de trabalho e deixou de adotar políticas públicas adequadas para evitar um possível conflito social, uma vez que o debate não tem sido enfrentado com seriedade e está se dando, em sua opinião, nas redes sociais. “Esse não é o tipo de debate para ser tratado no Twitter”, critica o empresário.

Lição para o Brasil

O líder empresarial chileno ainda disse que o que está ocorrendo em seu país é um alerta para que o Brasil discuta seriamente a sua modelagem de sistema previdenciário, uma vez que a informalidade é maior e tem crescido rapidamente.

No Chile, são 2,4 milhões de trabalhadores informais contra 4,8 milhões formalizados, um índice de 33,5% de informalidade enquanto no Brasil o trabalho não registrado está na casa dos 45% com tendências de crescimento diante da estagnação econômica.

Leia mais sobre o sistema previdenciário chileno na reportagem A reforma previdenciária que encolheu pensões no Chile, do jornalista Marcelo Menna Barreto.

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