GERAL

Biologia e automobilismo

Dóris Fialcoff / Publicado em 29 de novembro de 1998

O Professor Jorge é aficcionado por automobilismo desde criança.

Como toda boa paixão, a do professor e vice-diretor da Faculdade de Biociências da PUCRS Jorge Pereira Ferreira da Silva, também vem da infância. Ele é puro entusiasmo quando começa a falar da década de 50, quando, com um primo inseparável, prestigiava as corridas automobilísticas no Parque Farroupilha, em Porto Alegre. “Mas antes disso eu já assistia, encarapitado nas grades das escolas da UFRGS, outras provas também, em que participavam os grandes corredores da época”, orgulha-se, explicando que as competições eram na rua porque ainda não havia autódromo no Estado.

O tempo foi passando e assim que Jorge completou 18 anos fez a carteira de motorista e associou-se ao Automóvel Clube do Rio Grande do Sul. Em 1962, quando o primo foi eleito presidente da entidade, o convidou para o cargo de Relações Públicas. “Comecei sem saber o que era, mas, como sempre gostei de enfrentar desafios…”, sorri, envaidecido. A sua primeira medida foi ir atrás de benefícios para os associados que, até então, apenas tinham direito a guincho. Após passar pelas inúmeras lojas de autopeças, então concentradas na Avenida Farrapos, conseguiu o queria. “Eles nos davam desconto e ganhavam uma placa muito bonita que dizia o seguinte: Firma recomendada pelo Automóvel Clube”, recorda-se.

E isso foi só o começo. De Relações Públicas passou a Diretor Secretário do Clube; mais tarde fez parte das Comissões Esportiva e Técnica; foi integrante do Conselho Técnico Desportivo Nacional (órgão máximo do automobilismo no país); atuou como vice-presidente da Federação e, em 1977, ficou com a presidência.

Uma vez eleito, Jorge tinha um objetivo: comprar a sede própria para a Federação, que funcionava em um “cubículo” alugado por 600 cruzeiros. Quantia que, segundo ele, era considerável na época. Além de terem que ficar espremidos naquele espaço minúsculo, tinham hora marcada para encerrar as atividades. Mas, para sua alegria, já no ano seguinte à posse, conseguiram adquirir a tão sonhada sede, que abriga a entidade até hoje.

Apesar de tanta dedicação, Jorge não foi um corredor, mas apenas por questões econômicas. Embora ainda fascinado pelo esporte, já está afastado há alguns anos, pois a sua outra vocação foi lhe exigindo cada vez mais atenção. Bacharel e licenciado em História Natural e graduado em Administração Educacional, afirma ter uma certeza: não vai abandonar a sala-de-aula, onde ensina Biologia.

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