EDUCAÇÃO

A educação popular em debate

Da redação / Publicado em 22 de abril de 2000

Cadernos editados pela prefeitura de Gravataí trazem novos dados sobre a participação da comunidade no planejamento escolar

Já estão circulando as duas novas edições dos cadernos Teoria & Fazeres, cadernos de educação editados pela prefeitura municipal de Gravataí. Os livros circulam desde setembro de 1998, sempre com textos de teóricos reconhecidos em suas áreas, como Paulo Coimbra Guedes, Maria Eunice Barbieri, Denise Ferrari Dutra e Tarso Genro.

O secretário de Educação Valter Luiz da Silva explica que o projeto surgiu da necessidade de elevar a participação popular nos Conselhos Escolar e de Classe. “Estamos produzindo políticas públicas para a educa-ção e ocupando espaços em várias esferas, como no caso do Orçamento Participativo”, ex- plica Silva. Os livros não deixam dúvi-das a esse respeito. O volume IV, por exemplo, aborda desde a importância do alimento na vida escolar até psicomotricidade no contexto escolar, passando por geografia, literatura e re-lações humanas. Os textos foram resultado do Programa de Formação Continuada, promovido pelas secretaria municipal de Educação e Cultura com assessoria da Ufrgs, Ulbra e PUC, entre outras instituições. As rodadas de debate reúnem cerca de 1,7 mil pessoas.

“A confirmação de que estamos no caminho certo transparece a cada dia na interferência das pessoas, nas propostas, nas sugestões e contribuições resul-tantes dos debates”, completa o secretário de Educação de Gravataí. Os livros não estão à venda, mas podem ser distribuídos para escolas, bibliotecas e universidades. Contatos na secretaria de Educação de Gravataí, pelo telefone (51) 488.1062, ou na rua Anápio Gomes, 1.497.

Os cadernos, editados pela prefeitura deGravataí,
são resultado de debates e conferências do Programa
de Formação Continuada

Julinho, cem anos

A primeira denominação foi Gimnásio do Rio Grande do Sul, fundado em 23 de março de 1900. Depois de intervenções, incêndios e muita história, o Colégio Estadual Júlio de Castilhos – ou simplesmente Julinho – completou cem no final do mês de março. O colégio viveu os principais momentos da história do estado.

Pra começar, recebeu o nome do primeiro presidente do Rio Grande republicano, o ditador Júlio Prates de Castilhos. Isso foi em 1908, cinco anos depois da morte do político gaúcho. Na década de 30, o colégio quase foi privatizado por decreto do governo estadual, que pretendia deixar, nas mãos da escola particular, todo o ensino secundário no Rio Grande do Sul. Em 1951, o prédio do Julinho – um típico exemplo art-nouveau no centro de Porto Alegre – foi destruído por um incêndio que o obrigou a funcionar durante sete anos no prédio do Arquivo Público da cidade. A sede atual foi inaugurada em 1958.

Hoje, a escola é a maior instituição estadual de ensino e abriga cerca de 3.600 alunos em três turnos de aula. Por lá surgiu o primeiro CTG (Centro de Tradições Gaúchas) do estado, em 1943, fundado pelos folcloristas Barbosa Lessa e Paixão Côrtes, e, em1979, o primeiro grupo ecológico ligado a uma escola do Rio Grande do Sul, o Kaa-Eté (mata virgem, em tupi).

Educação e descobrimento

A Faculdade de Educação da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) vai realizar um dia de debates e atividades sobre os 500 anos do Brasil. O programa “Terra-à-vista para a Educação”, acrescido do evento (Des)encobertas Histórias do Brasil, que será realizado no dia 19 de abril, é decorrência da necessidade de realizar atividades institu-cionais que formalizem e possam dar destaque à passagem dos 500 anos de Descobrimento, instituído pelo calendário oficial, mas igualmente assumido como momento para deflagrar consistentes e oportunas reflexões sobre a trajetória histórica do país, bem como sobre as narrativas históricas que até aqui se produziram a respeito.

A programação inclui o seminário e a feira “(Des)encober-tas histórias do Brasil: identidades e multiplicidade cultural”, com exposições, oficinas, apresentações artísticas e comidas de diferentes etnias. O evento será realizado no pátio externo do Campus Central da Ufrgs, das 8h30 às 19h do dia 19 de abril. Inscrições no local e informações pelo telefone 316.3496.

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