OPINIÃO

Às dunas

Elisa Lucinda / Publicado em 28 de novembro de 2002

Caminho para as dunas.
Viajo caminhante sobre as rodas de minha bicicleta.
Duas meninas, digo duas moças brancas de longe vejo,
se comparam nos bronzeamentos alinhando um braço ao outro.
Paralelas competem ludicamente os tons.
Vinham do sol.
Só que uma era bege e a outra era rosa.
Então cruzamos e eu , ainda indo para o mesmo sol, passava marrom pelas duas.
Os olhos delas se calaram com a visão sem argumentos.
O silêncio ensurdecedor disse, conselheiro, prá minha vaidade: Sossega!
Depois vejo uma menina adolescente com uma tatuagem bonita no meio das costas entre as asas.
Porém encobria o resto, maior parte do corpo com a largueza do vestido.
Reparo.
Cada um carrega o seu tormento.

Mas não está nem aí para isso no entanto
a paisagem de Itaúnas.
O sol iluminando areias e um preto
bonito que passa preto
contrastando correndo bonito sobre elas.

Agora a visagem:
a estupenda miragem linda
de todo dia e diferente.
As cabanas, os coqueiros e
no fundo de tudo, Ele.
Ele,
o mar.

Por motivo de peixe, batismo e nascimento
volto sempre a ele.
De quatro como cabe à nobreza das gentes.
Cada dia é,
cada hora é
um mar diferente.

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