EDUCAÇÃO

Professores estão mais qualificados profissionalmente

Publicado em 30 de janeiro de 2006

Os professores do ensino privado gaúcho estão concentrados em se aprimorar profissionalmente, têm bons hábitos culturais e não deixam de dar aula mesmo estando doentes. É o que revela pesquisa realizada, em outubro e novembro de 2005, pela Comtexto Informação de Marketing para o Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS).

A pesquisa mostra um crescimento significativo nos investimentos dos professores do ensino privado do Rio Grande do Sul em qualificação profissional. Hoje, cerca de 8,9% dos professores são doutores, 27,7% mestres e 26,2% especialistas. Há seis anos, em outra pesquisa realizada pelo Sindicato, apenas 2,9% dos professores tinham doutorado e 18,9% mestrado. Realizada entre os dias 3 de outubro e 29 de novembro de 2005, a pesquisa ouviu 750 professores de todos os níveis do ensino privado no Estado (com uma margem de erro de 3,65% e um intervalo de confiança de 95,5%).

Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em novembro de 1999, quando foram ouvidos 700 docentes em todo Estado, a média de idade também sofreu mudanças significativas. Atualmente, cerca de 27,1% dos professores estão na faixa de 41 a 50 anos e 20,5% acima de 50 anos. Em 99, 60% dos professores estavam na faixa dos 26 a 41 anos. Cresceu ainda a participação masculina no magistério privado. Hoje, 35,2% da categoria é do sexo masculino contra 64,8% do sexo feminino. Há seis anos, 33,3% eram homens e 66,7% mulheres.

A pesquisa 2005 foi realizada pela empresa Comtexto Informação de Marketing, mediante aplicação de questionário estruturado e padronizado, junto a uma amostra cujas cotas por níveis de ensino reproduzem a realidade de um universo de 27.154 professores empregados em estabelecimentos privados do Rio Grande do Sul.

Esta é a terceira pesquisa realizada pelo Sinpro/RS com este propósito. A primeira foi realizada em 1993. “A iniciativa integra uma política mais ampla do Sindicato de acompanhamento e conhecimento do setor do ensino privado gaúcho e de seus profissionais”, observa Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. “Desde 1996, o sindicato vem acompanhando e estudando também o desempenho das anuidades e salários dos professores em comparação com a inflação dos respectivos anos, o crescimento da oferta de ensino, bem como a demanda e demais fatores que de alguma forma ou de outra refletem no setor.” Segundo Sani Cardon, diretor do Sinpro/RS, com este trabalho, o Sindicato desenvolve ações que vão ao encontro da realidade e expectativas dos professores. Inclusive, segundo ele, serve de base também para as negociações com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe/RS). O Sinpro/RS tem destacado em suas campanhas a importância do ensino privado manter o diferencial de qualidade. “Isso, certamente passa pela valorização dos professores.”

PERFIL – A maioria dos professores do ensino privado se ocupa 100% da docência em suas atividades, vinculando-se a uma ou duas instituições e trabalhando, em média, 31 horas semanais. Apenas 12% dividem seu tempo em proporções iguais entre a docência e outras atividades. O professor é em geral casado e de classe A e B, de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil, instituído pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Este critério leva em conta posse de bens (como televisão a cores, rádio, banheiros, automóvel, empregada mensalista, aspirador de pó, máquina de lavar, vídeo cassete, geladeira e freezer) e educação do chefe da família. Em termos de rendimentos, 70,5% recebem mensalmente entre R$ 1.001,00 e R$ 5.000,00.

Em meados deste mês, a pesquisa estará disponível no portal do Sinpro/RS (www.sinprors.org.br).

Indicativos da pesquisa de 2005

Professor lê, sim!
Além de investir mais em qualificação profissional, os professores também mantêm hábitos de leitura: 40,3% costumam comprar livros mensalmente e 14,3% a cada dois meses. Os livros mais comprados são os didáticos/técnicos e de literatura. O investimento nesta área, para 43,9% dos ouvidos, fica entre R$ 25 a R$ 75,00 por mês; e 28,9% gastam entre R$ 75,00 e R$ 150,00.

Hábitos Culturais
Os filmes têm a preferência dos professores: 74,5% costumam ir ao cinema e 90,4% assistem filmes em vídeo/DVD regularmente. Ao teatro, 39,3% vão eventualmente e 29% a cada três ou seis meses. Dos tipos mais apreciados em cinema e teatro, a comédia está em primeiro lugar, com a preferência de 50,6%, seguido pela aventura, com 34,2%, drama com 32,2% e romance com 31,6%. Mensalmente, 28,6% gastam até R$ 100, 00 em cultura.

Presente! Mesmo doente
Comprometidos com os alunos e a instituição em que trabalham, 83% dos docentes costumam ir dar aula mesmo que estejam doentes; 6,7% por medo de perder o emprego. No geral, 59,9% dos professores se consideram em boas condições de saúde, podendo melhorar. Dos principais problemas de saúde, 45,8% estão ligados ao estresse; 29,9% às lesões ou problemas de postura/coluna ou ortopédicos; 29,4% às lesões ou problemas de garganta/vocais; e 13,9% às lesões por esforço repetitivo. A média mensal de despesas com saúde é de R$ 274,40. Destes gastos, 34,5% comprometem até 10% com medicamentos.

Atuação Sinpro/RS – O nível de satisfação dos professores com relação à atuação do Sinpro/RS é superior ao do movimento sindical como um todo. Destacam-se os itens de negociações com as instituições de ensino, informações ao professor, projeto Casa do Professor, convênios e assistência jurídica.

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