OPINIÃO

Professor é profissão do futuro

Geni Moura da Costa * / Publicado em 4 de junho de 2010

Ao conversarmos com diversos profissionais sobre suas relações como alunos e professores, perceberemos que não importa o século, o milênio: o papel do professor é primordial na formação do indivíduo e, por consequência, da sociedade. A história da humanidade conta com inúmeros personagens, desde os grandes pensadores e pesquisadores, homens das letras, artes e ciência, até pais, mães e chefes de pequenas comunidades, que se tornaram importantes mestres na difusão de conhecimentos e culturas.

E na sua história? Certamente você poderá citar um ou mais professores que marcaram sua vida estudantil. Atitudes profissionais, mesmo quando não percebidas como tais pelo aluno, geram interações positivas dentro ou fora da sala de aula. São pessoas especiais, cujas ações, conhecimento, experiência, caráter ou competência servem de modelo (ou de espelho) para a atuação futura da maioria de seus alunos.

E no futuro de nossa sociedade? Pelo dinamismo de nossa cultura, as profissões relacionadas à comunicação, informática, meio ambiente e entretenimento prometem ser os segmentos que mais crescerão. Entretanto, são mercados de trabalho que exigem profissionais com maior especialização e qualificação, o que demanda um grande contingente de professores para conduzir este amplo processo educacional.

Muitas crianças sonham em ser professores no futuro. A maioria dos jovens que vislumbra fazer um curso superior reconhece a importância do professor. Pesquisas comprovam o grande número de vagas para professores nos concursos públicos. Muitas escolas estão com déficit de professores qualificados e, em algumas regiões fora do eixo Sul/Sudeste brasileiro, são oferecidos salários mais atrativos que a média. Apesar disto, o panorama atual da educação no Brasil mostra um grande distanciamento entre oferta e procura de bons profissionais docentes.

Muitos jovens desistem de ingressar na carreira de professor, ao perceberem a desvalorização social, a baixa remuneração, a rotina desgastante deste profissional. Pelo grande esforço em investir na educação de seus filhos, os pais também costumam depositar maior expectativa em carreiras que proporcionem um retorno promissor. Com menor procura, os cursos voltados à docência tendem a atrair alunos provenientes da rede pública, geralmente pertencentes a nichos sociais menos favorecidos.

Para quebrar este ciclo desgastante da falsa imagem diminuta do Professor, a universidade abre suas portas criando várias oportunidades de acesso para graduação e especialização, através da ampliação e flexibilização de cursos, horários, tecnologias e incentivos financeiros. Cabe a cada egresso buscar sua valorização, investindo em sua formação e acompanhando as tendências do mercado.

Diferentemente de outras atividades, a de Professor sempre terá espaço no mercado de trabalho e na sociedade, desde que, quem escolher segui-la, encarea como profissão, a exerça com competência científica e qualidade emocional.

Para os Professores e futuros Professores, fica a segurança de terem escolhido o caminho certo, a necessidade de constantemente rever e repensar seus paradigmas e a responsabilidade de voltarem a sua ação para sua carreira, para o aluno e para a instituição a que pertencem. Apenas os Professores profissionais contribuem positivamente para a mudança social. Aos demais, resta, no máximo, a sobrevivência.

* Mestre em Linguística Aplicada e Professora da Universidade
Regional Integrada (URI) Campus de Santo Ângelo.

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