GERAL

Ligações perigosas

Publicado em 11 de setembro de 2010

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Citado em investigações sobre supostas irregularidades na emissão de licenças ambientais da hidrelética Pai Querê, obra prioritária do PAC na fronteira nordeste do Rio Grande do Sul, o grupo carioca de óleo e gás Engevix mostrou mais uma vez que não está para brincadeira quando se trata de abocanhar fatias da área energética, de preferência a reboque de projetos que envolvam recursos públicos.

Em Pai Querê, o Estudo de Impacto Ambiental feito pela Engevix foi recusado pela Fepam e pelo Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica por estar incompleto (ver reportagem “Biodiversidade ameaçada” em http://www.sinprors.org.br/extraclasse/mar10/ambiente.asp). Os técnicos que fizeram o documento simplesmente deixaram de citar espécies de plantas e animais que vicejam na área a ser inundada.

A mesma Engevix fechou acordo com a Petrobras para a construção de oito cascos de navios-plataforma no estaleiro Rio Grande e comprou, por R$ 20 milhões, a sua concorrente Aibel Óleo e Gás, que atuava no conserto e manutenção de plataformas para a estatal. Até aí tudo bem, não fosse o fato de, no ano passado, a norueguesa Aibel ter perdido uma licitação da Petrobras para prestação de serviços de engenharia para 39 plataformas de óleo e gás, apesar de ter apresentado algumas das melhores propostas. Além de ter sido preterida sem maiores explicações do processo de licitação, a Aibel ainda foi suspensa do cadastro de fornecedores da estatal. Sem contrato e mergulhada em dívidas trabalhistas, virou presa fácil da Engevix.
Crise da Ulbra I
Os hospitais Luterano e Independência, que eram mantidos pela Ulbra até o início do ano passado, poderão ser leiloados pela Justiça Federal com o objetivo de arrecadar recursos para pagamento de parte da dívida da Universidade com a União, que beira os R$ 2,5 bilhões.

Crise da Ulbra II
Em junho deste ano, o ex-reitor da Ulbra e ex-pastor da Igreja Luterana, Ruben Eugen Becker, foi indiciado na Operação Kollektor, da Polícia Federal, por estelionato, fraude à execução, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Com ele, foram indiciados outros dez envolvidos na ciranda de fraudes e crimes que provocaram a crise da Ulbra. A PF não revela seus nomes porque as investigações ainda estão abertas e podem resultar em indiciamento de outros envolvidos.

 Educação como negócio

O Grupo Anhanguera Educacional, cujas ações negociadas na Bovespa têm por base o custo/benefício por aluno, anunciou para 2011 o início das operações do seu campus no bairro Cavalhada, em Porto Alegre. A expansão das demais unidades no estado segue com duplicação da área em Rio Grande, novos prédios em Pelotas e Caxias do Sul e aprovação do projeto para construções em Passo Fundo. As políticas do grupo incluem grande número de alunos por turma, precarização de direitos trabalhistas e da qualidade do ensino. Para valorizar suas ações, calcula quanto valem seus alunos. Em Brasília, cada aluno é vendido por R$ 5,5 mil e, em Passo Fundo, por R$ 4,1 mil.

 NOTAS

UERGS – O novo reitor da Uergs, Fernando Guaragna Martins, eleito em julho na primeira eleição democrática da história da Universidade, ainda não foi empossado pelo governo do estado. Questionada sobre a posse, a atual reitoria argumentou que o assunto está a cargo da Secretaria de Ciência e Tecnologia. A eleição foi homologada pelo Conselho Superior em 6 de agosto.

BANRISUL – A PF, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público de Contas deflagraram no dia 2 de setembro a Operação Mercari para apurar possíveis desvios de recursos do Banrisul. O superintendente de marketing do banco, Walney Fehlberg, um funcionário da SL&M, Gilson Storke, e um diretor da DCS, Armando D’Elia Neto, foram presos em flagrante por peculato e lavagem de dinheiro.

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