OPINIÃO

Automovelcracia e os vulneráveis

Publicado em 12 de maio de 2015

Estimulado pela indústria e pela publicidade, alimentado por políticas públicas de incentivos e isenções, o culto ao automóvel inviabiliza o trânsito nas metrópoles do país e nem mesmo os pequenos municípios estão livres dos congestionamentos. Essa opção pelo carro particular, que beneficia a fatia da população com maior poder aquisitivo, reduz cada vez mais os espaços para o transporte coletivo, que serve a 65% dos brasileiros. Some-se a isso o crescimento da população e a falta de planejamento e de investimentos em transporte público e o resultado será o cotidiano de caos que sacrifica a maioria da população. Essa é a síntese da matéria especial desta edição.

Na entrevista do mês, o depoimento do sociólogo argentino Jorge Rubel, que aos 47 anos descobriu que seus pais não são aqueles que o criaram, mas ativistas políticos presos e desaparecidos pela ditadura militar quando de seu nascimento. A população em situação de rua no país já ultrapassa 50 mil pessoas, de acordo com estimativas projetadas a partir do censo de 2011 do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Em Porto Alegre, são mais de 1,3 mil adultos vivendo nas ruas, segundo levantamento da Fundação de Assistência Social e Cidadania, que não contabiliza as crianças nessa condição. Por trás das estatísticas, histórias de quem luta diariamente contra a exclusão, o descaso e o preconceito, como mostra a reportagem de capa.

Acompanhe ainda a cobertura de ensino privado, em que predominam a negociação coletiva e a luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores e contra o projeto da terceirização; bem como as colunas dos colaboradores do Extra Classe.

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