EDUCAÇÃO

Congresso mundial reforça luta contra a mercantilização da educação

Publicado em 15 de setembro de 2015
Evento reuniu mais de 1,7 mil sindicalistas

Fotos: Gabriel Castro /IEAL

Evento reuniu mais de 1,7 mil sindicalistas

Fotos: Gabriel Castro /IEAL

A mercantilização da educação é a maior ameaça à educação como um bem comum. A afirmação é da presidente da Internacional da Educação (IE), Susan Hopgood, no discurso de abertura do 7º Congresso Mundial, promovido pela IE em julho, em Ottawa, no Canadá. Foram cinco dias de debates por uma educação de qualidade: Melhor educação para um mundo melhor. O evento reuniu mais de 1,7 mil participantes, entre eles 767 delegados e 387 observadores procedentes de 260 organizações de 142 países. O diretor do Sinpro/RS, Cássio Bessa, participou do encontro representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee).

“A educação é um direito humano e um bem público”, disse Susan. Ela destacou a atual ofensiva contra a educação pública e a favor da privatização da educação como forma de atingir metas de escolarização mundiais, e reforçou a luta contra a mercantilização da educação. Susan também falou sobre a importância do trabalho sindical e reafirmou o compromisso da IE com estas entidades.

RESOLUÇÕES – O Congresso aprovou o documento de política sobre direitos humanos e sindicais, bem como complementações às resoluções aprovadas no encontro mundial, realizado pela Internacional em 2011, na Cidade do Cabo, África do Sul: a IE passa a ter como base política a luta contra a privatização dos serviços de educação, pela ampliação do uso da tecnologia da informação e comunicação na educação; em defesa de uma direção escolar mais colaborativa, envolvendo os administradores, professores e toda comunidade pedagógica; pela garantia de financiamento público que possibilite a qualidade da educação, igualitária e inclusiva.

“É de suma importância nossa participação em eventos deste nível. Professores representantes de 140 países diferentes aprovando unanimemente resoluções com caráter antineoliberais”, diz Cássio Bessa, diretor do Sinpro/RS. A Internacional da Educação é uma organização mundial que agrupa os sindicatos de professores da África, Américas, Ásia/Pacífico e Europa. Foi criada em 1993 a partir da fusão das duas grandes organizações mundiais da educação: o Secretariado Profissional Internacional da Educação e a Confederação Mundial das Organizações dos Profissionais da Educação. Representa 32 milhões de educadores de todo o mundo e possui 393 sindicatos filiados.

ANHANGUERA – Frente contra descumprimentos
Representantes de sindicatos de professores do ensino privado de vários estados reuniram-se no dia 29 de agosto, na Sede estadual do Sinpro/RS, em Porto Alegre, para discutir e definir ações para combater os frequentes descumprimentos das convenções coletivas de trabalho dos professores praticados pelo grupo Anhanguera em suas unidades em todo o país. Nos relatos frequentes dos professores, segundo os sindicalistas, estão salas de aulas superlotadas, fragilidade e padronização pedagógica, distribuição arbitrária de carga horária e precarização das relações e do ambiente de trabalho. Vinculados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), os dirigentes sindicais constituíram um fórum de discussão e definição de iniciativas conjuntas para o enfrentamento dos problemas detectados. A próxima reunião acontecerá na primeira quinzena de outubro, em São Paulo.

RIO GRANDE – Cerca de 250 estudantes realizaram uma manifestação em frente à Anhanguera, em Rio Grande, no dia 29 de agosto, para assinalar o descontentamento com a qualidade da oferta de ensino da instituição. Dentre as críticas dos estudantes estão turmas superlotadas (algumas, segundo os alunos, chegam a somar 130 alunos); disciplinas ministradas através de vídeos; falta de estrutura física (segundo os alunos, muitos quadros estão danificados, falta de laboratórios e a precariedade do estacionamento); turmas unificadas; mudança nas grades de disciplinas e demora na entrega de diplomas aos formandos.

Comentários