CULTURA

Educação musical para todas as idades

por Grazieli Gotardo / Publicado em 10 de novembro de 2016

“Quem fala, canta” esse é o lema de Fabiana Lucion, professora de Música do Colégio São José, em Erechim, onde trabalha com educação musical na educação infantil e fundamental, além de ser regente de quatro corais na região para adultos e idosos. A paixão pela música veio de berço, incentivada por seus pais que orientaram os filhos a escolher um instrumento ainda crianças. Fabiana escolheu o violão, fez conservatório, tendo toda sua infância e adolescência permeada pela cultura e música. Logo veio a paixão pelo canto e na faculdade fez licenciatura plena em Canto e Música, pela Universidade de Passo Fundo (UPF).  Lecionar foi a maneira que encontrou de unir a vontade de ser professora e a música. “Dar aulas foi uma vontade desde sempre, tanto que fiz magistério, depois, ao fazer a faculdade de Música acabei unindo as duas coisas”, conta.

Fabiana Lucion, professora de Música do Colégio São José, em Erechim, onde trabalha com educação musical

Foto: Arquivo pessoal

Fabiana Lucion, professora de Música do Colégio São José, em Erechim, onde trabalha com educação musical

Foto: Arquivo pessoal

Mas é na educação musical para crianças que Fabiana se realiza. O trabalho de musicalização é feito inclusive com bebês a partir de seis meses. Para isso, a professora estudou e buscou metodologias de fora do país. O método ORFF, utilizado por ela, possui cinco pilares em que a criança canta, toca, dança, ouve e cria. “Isso trabalha a totalidade do indivíduo e conseguimos adaptar a metodologia a cada fase de desenvolvimento da criança”, explica. As aulas com bebês contam com a participação dos pais ou cuidadores. Com duração de meia hora por semana, os bebês são estimulados para que assimilem a informação. “A aulas vão se repetindo e quando vemos que eles assimilaram troco as atividades. É uma metodologia que se preocupa em estimular com cuidado, para não desencadear uma hiperatividade”, conta. Socialização e disciplina são alguns dos ganhos para as crianças de forma lúdica e prazerosa nas aulas de musicalização.

Seu trabalho com corais também se destaca pela dedicação e incentivo que dão aos integrantes dos grupos de que todos podem cantar. Tanto que há 20 anos, apesar de ter apenas 37 de vida, ela é regente do Grupo do Gilé, um dos corais mais antigos do estado, fundado em 1928. O trabalho, que por vários anos foi voluntário, após sua formação acadêmica, tornou-se profissional. Ela ainda trabalha com outros três grupos: Coral Juntos no Caminho, da Comunidade Luterana (IECLB); o Coral Italiano, de Aratiba e o Grupo de Canto da Maturidade Ativa do Sesc, de Erechim.

Em todos esses trabalhos com corais ela aplica o lema de “quem fala, canta”, pois acredita que basta dedicação e vontade, por isso em seus grupos não há testes para entrar. “Acredito que o teste me limita como professora, pois uma pessoa que não passaria em um teste, por exemplo, é meu desafio para trabalhar e trazer ela para o grupo. Pode levar mais tempo para alguns, mas todos conseguem cantar”, enfatiza. Saber ouvir é o principal ponto trabalhado em quem tem dificuldades para cantar, pois para Fabiana muito do resultado do cantar vem de trabalhar o saber ouvir.

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