CULTURA

Um professor entre a ficção e a realidade

por Grazieli Gotardo / Publicado em 12 de dezembro de 2016
Duda Falcão: universo ficcional construído a partir da História

Foto: Igor Sperotto

Duda Falcão: universo ficcional construído a partir da História

Foto: Igor Sperotto

Quando Duda Falcão entra na sala de aula da graduação da Ulbra, onde leciona História, fala aos alunos de fatos reais do Brasil e do mundo, relata e ensina os registros dos livros e documentos. Fora dali, no entanto, a ficção é que faz parte da sua vida como escritor e editor de livros de literatura fantástica, curador e criador de eventos e oficinas. Para ele, esta mistura de ficção e realidade em sua vida é fundamental. “O que é a verdade senão a verdade do ponto de vista de quem a conta? A História se aproxima muito da ficção, pois é uma forma de contar a realidade. Fazer História foi muito importante para minha ficção, para construção de cenários”, explica.

O mundo das palavras sempre esteve em sua vida. Desde os dez anos gosta de ler obras de horror, fantasia e ficção científica. O início da vida profissional foi entre os números, ajudando o pai no escritório de contabilidade, mas logo percebeu que as palavras eram sua paixão. Entrou para a Faculdade de História na mesma Universidade em que hoje leciona e nunca mais parou de estudar, lecionar e escrever. É doutorando em Educação e pesquisa cultura da convergência e o aprendizado. Como escritor, suas influências vêm de clássicos internacionais como Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, além de Rubens Francisco Lucchetti, no Brasil, conhecido como roteirista dos filmes de José Mujica Marins, o Zé do Caixão.

Duda começou a publicar textos ficcionais com temáticas fantásticas em 2009. No ano seguinte, partiu para o empreendedorismo, e junto com um amigo iniciou a Argonautas Editora. “Sentíamos falta de uma editora que publicasse obras de horror, ficção científica e fantasia, focada nesses gêneros”, explica. Em 2012, publicou o primeiro romance de aventura e horror, intitulado Protetores, que foi seguido de Mausoléu (2013), um livro de contos de horror e aventuras extraordinárias que recebeu boas resenhas na internet e em fóruns de leitores do estilo.

O autor destaca que uma das coisas que as pessoas gostam nos seus livros é o reconhecimento de cenários, já que muitas histórias se passam em lugares de Porto Alegre, o que não ocorre quando leem autores internacionais, mais comuns nesse gênero literário.  Sua mais nova obra, lançada este ano, chama-se Treze, que reúne “histórias com monstros antediluvianos, demônios, vampiros, bruxas, feiticeiros e criaturas reanimadas trazidas das garras da morte”, como descreve a sinopse.

Duda ainda se aventura na realização de eventos como a Odisseia de Literatura Fantástica, que já teve quatro edições em Porto Alegre e por onde passaram grandes nomes nacionais do gênero. Em 2014, o evento ganhou o Troféu Amigo do Livro, da Câmara Rio-Grandense do Livro. A ideia é fazer uma nova edição e, para isso, Duda e os parceiros criadores do evento buscam apoio.

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