GERAL

Cortes na formação de professores

Publicado em 7 de agosto de 2018

No começo de agosto, a Capes encaminhou uma correspondência ao ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, em que alerta para o risco de não haver recursos para pagar bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, bem como de iniciação à docência e formação de professores de educação básica a partir de agosto de 2019. Conforme o documento, o orçamento da Capes previsto para o ano que vem é insuficiente e irá acarretar na “suspensão do pagamento de todos os bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado a partir de agosto de 2019, atingindo mais de 93 mil discentes e pesquisadores, interrompendo os programas de fomento à pós-graduação no país, tanto os institucionais (de ação continuada), quanto os estratégicos (editais de indução e acordos de parceria com os estados e outros órgãos governamentais)”. Outras consequências serão a suspensão dos pagamentos de 105 mil bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), suspenção do Programa de Residência Pedagógica e do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

Brasil é líder na matança de ambientalistas
Brasil se torna bicampeão pelo segundo ano consecutivo no ranking de assassinatos de ambientalistas conforme a ONG britânica Global Witness, que mede a violência contra defensores do meio ambiente. Foram 57 mortes só no Brasil em 2017, ano considerado o mais violento para ambientalistas em todo o mundo. Ao todo foram registradas 207 execuções de ativistas, 60% delas na América Latina. O Brasil é seguido de perto pelas Filipinas, com 48 mortes, que bateu o recorde na Ásia. Em terceiro no pódio está a Colômbia, com 24 mortes. Na África, 19 ativistas foram assassinados, 12 deles na República Democrática do Congo.

O agro é cor de sangue
Em 2017, a cada cinco dias uma pessoa foi assassinada em áreas rurais. A informação está no Caderno Conflitos no Campo Brasil, organizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e divulgado no dia 30 de julho. O ano passado quebrou todos os recordes referentes à violência no campo: foram 71 assassinatos, dez a mais que em 2016, e o maior número dos últimos 14 anos. Na comparação com 2014, foram 35 mortes a mais por conflitos agrários, praticamente o dobro.

Foto: divulgação

Chacina de Pau D’Arco foi um dos casos mais emblemáticos da retomada da violência no campo pós-impeachment

Foto: divulgação

Para a Comissão Pastoral da Terra, o aumento da violência no campo está relacionado à ruptura política vivida pelo Brasil em 2015, como a troca de comando do Executivo federal e as pautas do Congresso Nacional. É o que explica o professor da Universidade Federal Fluminense e assessor da CPT, Carlos Walter Porto.

A Comissão destaca que o corte no orçamento de órgãos de fiscalização e de promoção de políticas públicas para trabalhadores rurais, como o Incra, também ajudaram a impulsionar a violência.

As chacinas, que já fazem parte da realidade das cidades, também foram registradas no campo no ano passado. Cinco delas foram responsáveis por 44% das mortes conforme relatório. As de Pau D’Arco, no Pará, e de Colniza, em Mato Grosso, foram as que mais mataram.

Além do aumento no número de assassinatos, outras violências também cresceram. Em relação a 2016, as tentativas de homicídio aumentaram em mais de 60% e as ameaças de morte, em 13%. Se somadas todas as ocorrências, o número chega perto de mil.

MINERADORAS – Outro dado preocupante apontado no relatório é o crescimento de mais de 14% dos conflitos pela água relacionados a mineradoras. Dos quase 200 conflitos pela água em 2017, 65% ocorreram em áreas onde essas empresas atuam.

Comentários