EDUCAÇÃO

Sinpro/RS apresenta proposta para acordo coletivo da categoria

Da Redação / Publicado em 21 de abril de 2000

Campanha Salarial 2000

Os sindicatos de professores e funcionários do ensino privado do Rio Grande do Sul romperam o impasse da negociação salarial e apresentaram uma proposta de acordo à entidade patronal na última rodada de discussão, ocorrida no dia 3 de abril. O pacote apresentado pelo Sinpro/RS e demais sindicatos propõe um reajuste salarial de 10% e a manutenção de todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho de 1999, com pequenos ajustes.

Com relação à Hora-Atividade, a comissão negociadora, com base na deliberação da assembléia geral dos professores de 25 de março, reiterou o “congelamento” das ações ajuizadas aliado à constituição de uma comissão paritária (prevista na Convenção Coletiva 2000) com o objetivo de aprofundar o debate e propor uma alternativa viável às duas partes para o próximo dissídio. As reuniões de negociação – marcadas por uma grande animosidade e fortes tensionamentos – transpareciam uma clara intenção do sindicato patronal em inviabilizar um acordo este ano.

A trajetória das negociações entre Sinpro/RS e Sinepe foi marcada, nos últimos anos, pelas tentativas reiteradas de supressão, por parte dos representantes das escolas, dos benefícios conquistados pela categoria”, observa Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. “Ao que tudo indica, neste ano o objetivo patronal continua o mesmo. Antes mesmo de terem se iniciado as negociações, a comunidade escolar já estava sendo agitada pelo discurso patronal referente ao encerramento da vigência da Convenção Coletiva de Trabalho e a conseqüente suspensão de conquistas”. Segundo Fuhr, o fim do desconto nas mensali-dades escolares para filhos de professores chegou a ser formalmente anunciado em algumas instituições de ensino.

Encerrado o primeiro mês de campanha – ela foi lançada no dia 27 de fevereiro – a posição do Sinpro/RS foi de buscar uma solução negociada que evitasse a cristalização de um impasse em função da Hora-Atividade. “é importante ressaltar que esta campanha salarial está marcada por uma forte movimentação dos sindicatos de professores e funcionários, que têm realizado di-versas atividades em todo o estado”, ressalta Amarildo Cenci, diretor do Sinpro/RS. O que explica, para ele, a presença numerosa de diretores de escolas vindos, inclusive, do interior do estado nas reuniões de negociação.

Para marcar ainda mais a mobilização da categoria, que realizou uma das assembléias gerais mais concorridas dos últimos anos em 25 de março, foi aprovada a realização de um Dia Estadual de Luta Por Melhores Condições de Trabalho no dia 6 de abril. Na data serão de-senvolvidas atividades nas escolas privadas de todo o Rio Grande do Sul para fomentar a discussão dos temas referentes à campanha salarial e às dificuldades para se chegar ao acordo coletivo deste ano.

Um dos temas em debate será justamente o percentual de aumento pedido. Ele combina a projeção inflacionária do INPC/IBGE, a média de reajuste das mensalidades escolares e um aumento real de salário pa-ra os professores.

De 1996 a 1999, os salários foram reajustados em 47,94%, enquanto as anuidades da educação básica subiram em média 84,25% e as da educação superior, 86,01%. Além desses índi-ces, as escolas praticaram um aumento nas mensalidades para este ano de 9,85% na educação superior e 9% na educação básica. “Isto demonstra claramente que não é o salário dos professores que gera aumento nas men-salidades. O que as escolas estão repassando para os pais e alunos são os custos em obras de infra-estrutura”, garante Marcos Fuhr.

O diretor também alerta que uma grande parte das escolas adiantou a seus professores um índice de 7,06% correspondente à inflação do período com o objetivo de dividir a categoria e ti-rar a atenção da tentativa do Sinepe em suprimir conquistas do acordo anterior.

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