EDUCAÇÃO

Professores da UCPel aderem à Greve Nacional da Educação

Programada para esta quarta-feira, 15, a mobilização é em protesto pelos cortes de verbas para educação, anunciados pelo ministro Abraham Weintraub, e contra a reforma da Previdência
Da redação / Publicado em 14 de maio de 2019

Foto: Divulgação UCPEL

Professores da Católica apoiam mobilização em prol de uma educação pública e de qualidade

Foto: Divulgação UCPEL

Em reunião realizada nesta terça-feira, 14 de maio, os professores da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) decidiram aderir à Greve Nacional da Educação programada para esta quarta-feira, 15, em protesto pelos cortes de verbas para educação, anunciados pelo ministro da Educação Abraham Weintraub, e contra a reforma da Previdência.

Em Nota à Comunidade Universitária, os professores dizem estar unidos às diversas instituições do país em defesa do ensino público, da pesquisa científica e da extensão universitária. “Queremos aqui manifestar nosso reconhecimento, como professores, ao papel e ao caráter do ensino público no desenvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária”, diz a nota.

Ainda de acordo com o texto, as medidas de contingenciamento às instituições federais, proposta pelo Ministério da Educação afetam a Universidade com cortes de custeio das bolsas de pesquisa e, ainda mais diretamente, porque 1.500 alunos de nossa instituição estão à deriva de suas bolsas de estudo, caso o Ministério da Economia faça valer sua proposta contra a filantropia das instituições de ensino.

“Nós não podemos tornar a educação pública, a educação comunitária refém de uma política que não investe, mas apenas boicota o trabalho até hoje realizado. Por isso nós nos solidarizamos e aderimos a esse movimento em defesa da educação”, explica Marcos Kammer, diretor do Sinpro/RS e professor da UCPel.

Os docentes da Universidade pretendem participar das atividades promovidas no dia 15 e integrar a mobilização nacional. Confira outras instituições que aderiram a paralisação em todo país.

Confira  a íntegra da Nota Pública.

PROFESSORES DA UCPEL PARALISAM ATIVIDADES EM RESPEITO À EDUCAÇÃO

Nesta quarta-feira, 15 de maio, diversas instituições em todo o Brasil, entre Universidades Públicas, Ifes, e também nós, Universidade Privada, confessional, comunitária, filantrópica, sem fins lucrativos, aderimos à paralisação nacional em defesa do ensino público, da pesquisa científica, da extensão universitária e contra a Reforma da Previdência.

Aderimos à paralisação por uma razão muito especial: nossa solidariedade à importância em particular da Universidade Federal de Pelotas, das demais Universidades públicas da Região, à importância do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense campus Pelotas, e, em nome delas todas, à importância e singularidade do ensino público e dos milhares de alunos que aqui se formam anualmente contribuindo, graças ao ensino gratuito, com o desenvolvimento da região, do Estado e da nação.

Muito embora sejamos UCPel e tenhamos peculiaridades de uma instituição privada, contudo comunitária e inserida auspiciosamente também na formação e nos desígnios de uma vocação constituída em nome da comunidade regional, queremos aqui manifestar nosso reconhecimento, como professores, ao papel e ao caráter do ensino público no desenvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária, em que o conhecimento seja preceito da formação de nossa cidadania e de um mundo menos desigual.

Por isso mesmo, nos solidarizamos contra as medidas de contingenciamento às instituições federais e as implicações que também nos afetam: cortes de custeio das bolsas de pesquisa como ora visto nos programas de Pós-Graduação, sucateamento dos atendimentos dos hospitais universitários e postos de saúde e, ainda mais diretamente, porque 1.500 alunos de nossa instituição estão à deriva de suas bolsas de estudo caso o Ministério da Economia faça valer sua proposta contra a filantropia das instituições de ensino.

Em nome disto, em nome do que hoje produzimos em favor do desenvolvimento regional; em defesa da produção do conhecimento e de seu reconhecimento, da importância das instituições públicas e comunitárias de ensino, vimos nos manifestar:

CONTRA OS CORTES OU CONTINGENCIAMENTOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA;

CONTRA O CORTE DAS BOLSAS DE ENSINO QUE PROPICIAM QUE INÚMEROS

ESTUDANTES POSSAM PROVER SEU ESTUDO, POSSAM DESENVOLVER SUAS PESQUISAS, POSSAM DISCERNIR E CONHECER A CIÊNCIA, O CONHECIMENTO E A HUMANIDADE DA EDUCAÇÃO;

CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A CHANTAGEM DE QUE SEM ELA TEREMOS QUE SOPREPOR CORTES SOBRE OS INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO;

CONTRA A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO;

A FAVOR, PORTANTO, DA DIMENSÃO PÚBLICA DA EDUCAÇÃO, DA SUA DIMENSÃO

SOCIAL E COMUNITÁRIA;

A FAVOR DA APRENDIZAGEM, DO LIVRO E NÃO DA ARMA.

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