EDUCAÇÃO

Comunidade escolar protesta contra privatização do Instituto de Educação

O movimento é organizado por educadores, pais, responsáveis, alunos, ex-alunos, entidades civis e políticos, para alertar à sociedade sobre o desvio de função do IE
Da Redação / Publicado em 5 de novembro de 2021
O governo Leite pretende implantação do que chamou de “grande complexo” de educação no local com administração privada

Foto: Igor Sperotto

O governo Leite pretende implantar no prédio do IE um grande complexo de educação no local com administração privada. Obras já licitadas estão paradas desde 2019 e alunos espalhados em várias escolas

Foto: Igor Sperotto

No próximo sábado, 6, o Movimento em Defesa do Instituto de Educação General Flores da Cunha realizará um ato em frente ao prédio da escola pela conclusão da obra de restauro, conforme o projeto original licitado. O ato intitulado Defesa pública do Instituto de Educação, ocorrerá às 15h30min, em frente ao prédio do Instituto de Educação, na Av. Oswaldo Aranha, 527.

“A obra pretende recuperar e conservar a edificação, que é patrimônio histórico do Estado. A estrutura será modernizada e adaptada para receber os estudantes e as tecnologias envolvidas no trabalho em sala de aula nos dias de hoje”, diz nota dos organizadores.

O movimento é organizado por educadores, pais, responsáveis, alunos, ex-alunos, entidades civis e políticos, busca divulgar e alertar para a concepção distinta aos interesses da sociedade gaúcha, que o governador Eduardo Leite, agora, no final de sua gestão, após dois anos de descaso, anuncia para o histórico Instituto de Educação General Flores da Cunha.

O Instituto de Educação General Flores da Cunha, criado em 1937,  está sendo direcionado pelo governo Eduardo Leite para a implantação de um museu privado e de um centro tecnológico de formação de professores. A iniciativa contraria a comunidade escolar.

Governo prevê administração privada

Em Madri (Espanha), no início de outubro, na sede da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Tecnologia (OEI), Leite assinou um protocolo de entendimento com o IDG para o início da concepção do projeto Museu Escola do Amanhã, a ser instalado no prédio do Instituto.

A ideia do governo é um espaço nos moldes do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, que ocupará cerca de 25% da área construída do Instituto, cuja reforma e restauração estão paradas desde agosto de 2019. Será um empreendimento privado dentro do espaço da escola, cujos atuais alunos estão espalhados precariamente, desde 2016, por quatro locais diferentes. A expectativa é de que a primeira fase de implementação seja iniciada já no primeiro semestre do próximo ano.

O restante da estrutura do Instituto, que totaliza 8.500 metros quadrados de área construída, servirá para a implantação do chamado Centro de Desenvolvimento de Profissionais da Educação, que deverá funcionar em convênio com universidades. Além disso, também está prevista a instalação do Centro Gaúcho de Educação Mediada por Tecnologias. A comunidade escolar não foi ouvida sobre a nova finalidade do prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico estadual.

Leia reportagem do Extra Classe sobre o caso:

Aporte milionário prepara cessão de prédio do Instituto de Educação à empresa privada

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