POLÍTICA

PT registra candidatura de Lula à Presidência da República

Ministro-relator do pedido, Luís Roberto Barroso, tem prazo até 17 de setembro para decidir se o registro será aceito ou não, caso haja pedido de impugnação
Da Redação* / Publicado em 15 de agosto de 2018
No TSE, Manuela D'ávila (PC do B), Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, presidente do PT

Foto: Ana Krüger/ Poder360

No TSE, Manuela D’ávila (PC do B), Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, presidente do PT

Foto: Ana Krüger/ Poder360

O PT registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República nas eleições de outubro. O vice da chapa é o ex-ministro da Educação Fernando Haddad.

Ao registrar a candidatura, o PT declarou que o ex-presidente tem R$ 7,9 milhões em bens. Haddad declarou total de R$ 428 mil em bens à Justiça Eleitoral.

Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba desde 7 de abril em função da condenação a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na ação penal do caso do triplex do Guarujá (SP).

Em tese, o ex-presidente estaria enquadrado no artigo da Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de condenados por órgãos colegiados. No entanto, o pedido de registro e a possível inelegibilidade precisam ser analisados pelo TSE. O pedido funciona como o primeiro passo para que a Justiça Eleitoral analise o caso.

Lula tenta chegar ao terceiro mandato presidencial. O ex-presidente foi eleito para o cargo nas eleições de 2002 e reeleito para mandato de mais quatros em 2006. Ele começou sua trajetória política na década de 1980 como dirigente sindical em São Bernardo do Campo (SP) e é um dos fundadores do PT.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outros segmentos sociais fazem ato público em apoio ao registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outros segmentos sociais fazem ato público em apoio ao registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Rito

O pedido de registro de candidatura não assegura automaticamente ao candidato o direito de disputar o pleito.

Com o fim do prazo, o tribunal vai publicar um edital para dar publicidade aos registros. Após a publicação, o Ministério Público Eleitoral (MPE), partidos e coligações poderão impugnar as candidaturas, alegando que candidato não poderá disputar as eleições em função de alguma inelegibilidade prevista na Lei da Ficha Limpa.

Após o eventual pedido de impugnação, o ministro-relator do pedido, Luís Roberto Barroso, vai decidir se o registro será aceito ou não. O prazo para decisão é 17 de setembro.

Carta de Lula

Após o registro da candidatura da chapa do PT no TSE, o ex-ministro Fernando Haddad leu uma carta escrita por Lula para os simpatizantes e apoiadores. Nela, o ex-presidente afirma que “não vai morrer, nem desistir” da candidatura e que quer ter seus direitos políticos reconhecidos.

“Não quero favor, quero Justiça. Não troco minha dignidade por minha liberdade”, diz ainda o ex-presidente no texto lido por Haddad..

Ao lado dos manifestantes que se aglomeraram em frentre ao tribunal, Haddad afirmou que a condenação de Lula foi ilegítima. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffman (PR), acrescentou que a militância intensificará a campanha em busca de votos.

A deputada estadual Manuela D´Avila (PCdoB), apontada como virtual vice na chapa do PT, também compareceu ao ato, assim como a ex-presidenta Dilma Rousseff, o filósofo Frei Betto, ex-governadores e parlamentares.

 

MST e movimentos sociais marcham em direção ao TSE para fazer ato público em apoio ao registro da candidatura de Lula

Foto: Amarildo Cenci/ Sinpro/RS

MST e movimentos sociais realizaram marcha e ato público em apoio ao registro da candidatura de Lula

Foto: Amarildo Cenci/ Sinpro/RS

Marcha Lula Livre

A militância petista e outros apoiadores de Lula se reuniram a partir das 14h em frente à sede do TSE. Na terça-feira, 14, milhares de militantes de diversas regiões do País marcharam até Brasília para apoiar o registro da candidatura de Lula e pedindo também sua libertação.

Eles acamparam na área central de Brasília, ao lado do estádio Mané Garrincha. Além do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), engrossam a marcha trabalhadores da Via Campesina, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude e de comunidades indígenas. Políticos e intelectuais de esquerda também estiveram na marcha.

Os governadores do Maranhão, Flávio Dino, de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e a ex-presidente Dilma Rousseff.

*Com Agência Brasil e Carta Capital.

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