POLÍTICA

Deputados que votaram contra os trabalhadores não se reelegeram

Sete dos 14 parlamentares gaúchos ligados à reforma trabalhista e que apoiaram a desfiguração da CLT ficaram sem mandato
Por Gilson Camargo / Publicado em 8 de outubro de 2018
O deputado gaúcho do PTB, Ronaldo Nogueira, ex-ministro do Trabalho, que emplacou a reforma trabalhista e ficou sem mandato

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O deputado gaúcho do PTB, Ronaldo Nogueira, ex-ministro do Trabalho, que emplacou a reforma trabalhista e ficou sem mandato

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os candidatos do PSDB Rogério Marinho, relator da reforma trabalhista na Câmara, e Ricardo Ferraço, relator da matéria no Senado, estão fora do Congresso Nacional para a próxima legislatura. Os dois tentavam a reeleição, mas ficaram sem mandato depois de uma ampla campanha do movimento sindical que denunciou a atuação desses e de outros parlamentares contra a classe trabalhadora.

O ex-ministro do Trabalho de Michel Temer e autor da reforma trabalhista, Ronaldo Nogueira, também não conseguiu a reeleição para deputado federal concorrendo pelo PTB/RS. Nogueira recebeu 62.119 votos e Marinho teve 59.961.

No Rio Grande do Sul, dos 14 parlamentares que votaram a favor da reforma trabalhista que desfigurou a CLT e retirou direitos da classe trabalhadora sem a contrapartida de geração de empregos alardeada pelo governo, sete ficaram sem mandato. Além de Nogueira, estão fora Darcísio Perondi, Jones Martins e Mauro Pereira (MDB), Yeda Crusius (PSDB), Renato Mölling (PP) e o suplente Cajar Nardes (Podemos).

Marinho, relator da reforma trabalhista, também não foi reeleito

Foto: Lucio Bernardo Jr

Marinho, relator da reforma trabalhista, também não foi reeleito

Foto: Lucio Bernardo Jr

Tropa de choque

Além de apoiar a reforma trabalhista, Darcísio Perondi se notabilizou pela defesa de Temer em meio à crise política desencadeada pela delação da JBS, e ficou de fora das 31 vagas do estado para a Câmara, com 38.819 votos, na 41ª posição. Outro integrante da tropa de choque do governo que não se reelegeu, foi o ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (MDB-RO), flagrado em um áudio no qual sugeria uma sabotagem à Lava Jato.

Em 2016, quando era relator da Comissão Especial da PEC 241/16, que limita os gastos públicos, Perondi (C) comemorou a aprovação do texto final da proposta para o segundo turno na Câmara. Agora está sem mandato

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr

Em 2016, quando era relator da Comissão Especial da PEC 241/16, que limita os gastos públicos, Perondi (C) comemorou a aprovação do texto final da proposta para o segundo turno na Câmara. Agora está sem mandato

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr

Empossado no Ministério do Trabalho em maio de 2016, Ronaldo Nogueira foi o pai da reforma trabalhista, apresentada por ele como uma “ferramenta para modernizar as relações trabalhistas” e chegou a afirmar que a reforma permitiria a criação de 2 milhões de postos de trabalho nos dois anos seguintes, o que não se concretizou. Ele deixou o cargo no final de 2017 para preparar sua campanha à reeleição, percorrendo o país com jornadas sobre a reforma trabalhista para empresários. O ministério ficou sem titular por meses. A deputada Cristiane Brasil, filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, indicada por Temer, foi impedida de assumir devido a um processo trabalhista. Nomeado para o cargo, o interino Helton Yomura acabou afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de fraude. Em julho, foi nomeado Caio Vieira de Mello.

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