SAÚDE

A Aids não acabou

Na última década, cerca de 25 milhões de pessoas morreram de HIV/Aids. A estimativa é que em torno de 35 milhões convivem com o vírus atualmente.
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 30 de novembro de 2018

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Tema do Dia Mundial da Luta contra a Aids será o estímulo ao teste para o HIV

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Criado pela Organização Mundial da Saúde, nesse sábado, 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta contra a Aids completa seu 30º aniversário. Com o tema Conheça seu estado sorológico para o HIV, o estímulo à testagem sorológica será o esforço desse ano da Unaids, programa das Nações Unidas que tem a função de criar soluções e ajudar as nações no combate a epidemia.

Na última década, cerca de 25 milhões de pessoas morreram de HIV/AIDS e a estimativa é que em torno de 35 milhões convivem com o vírus. Atualmente, três em cada quatro pessoas portadoras de HIV conhecem seu estado sorológico. O Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas e Diretor Executivo do Unaids, o malês Michel Sidibé destaca, no entanto, que é preciso alcançar as pessoas vivendo com HIV que ainda não conhecem seu estado sorológico e garantir que elas tenham acesso aos serviços de prevenção e atendimento de qualidade.

De acordo com Sidibé, apesar de 30 anos de campanha por acesso universal a serviços

Foto: Reprodução Unaids

O diretor executivo do Unaids, Michel Sidibé fiz que é preciso garantir às pessoas o acesso aos serviços de prevenção e atendimento de qualidade

Foto: Reprodução Unaids

capazes de salvar vidas, tratar e prevenir o HIV, a Aids ainda não acabou. “Nós temos um longo caminho a percorrer”, destaca ele, que registra ainda que “o Dia Mundial contra a AIDS é um dia para lembrar milhões de pessoas que perderam suas vidas devido a doenças relacionadas à Aids, muitas das quais morreram porque não puderam acessar os serviços de HIV, devido ao estigma, discriminação e criminalização de populações-chave”.

Segundo o último relatório da Unaids, apresentado em junho passado, o número de novas infecções por HIV aumentou em cerca de 50 países e novas infecções globais por HIV caíram apenas 18% nos últimos sete anos, de 2,2 milhões em 2010 para 1,8 milhão em 2017. Apesar de ser quase metade do número de novas infecções em comparação com o pico registrado em 1996 (3,4 milhões), o declínio não é o suficiente para alcançar a meta de menos de 500.000 pessoas até 2020.

Aids no Brasil

Apesar de ser considerado um país de ponta no tratamento e pesquisas sobre o HIV/Aids, cerca de 40 mil pessoas ainda se infectam por ano e oito mil morrem em decorrência de doenças associadas ao vírus no Brasil. Paradoxalmente, os avanços científicos no tratamento acabaram estimulando o descuido na prevenção. É por isso que a Unaids e especialistas deixam claro em suas análiseS de que a ampliação do tratamento em grande escala não deve ser considerada como uma garantia.

Foto: Reprodução/Unaids

30 anos de ativismo em todo o mundo

Foto: Reprodução/Unaids

Em casos de não utilização ou rompimento do preservativo, o SUS coloca a disposição da população as estratégias e tecnologias consideradas mais avançadas para a prevenção a infecção pelo vírus, como a Profilaxia Pós Exposição (PEP), além de ter ampliado nos últimos 16 anos o acesso ao diagnóstico precoce e ações específicas para populações-chaves para resposta ao HIV. O SUS ainda dispõe da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Das pessoas em tratamento no país, 92% já atingiram o estado de indetectáveis, aqueles que conseguem manter qualidade de vida sem manifestar os sintomas da aids.

Informações sobre testes, prevenção e tratamento
Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde

Combate à discriminação e de outras violações de direitos humanos
Humaniza Rede
Ministério dos Direitos Humanos

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