EDUCAÇÃO

Instituições da Aelbra são arrematadas em leilão judicial

Grupo educacional do Pará venceu com lance inferior a 30% do valor da avaliação dos três centros universitários e um instituto da mantenedora
Por Gilson Camargo / Publicado em 20 de novembro de 2018
Leilão judicial de quatro instituições mantidas pela Aelbra no Norte e Centro-Oeste foram mais uma vez a leilão, em Canoas

Foto: Gilson Camargo

Leilão judicial de quatro instituições mantidas pela Aelbra no Norte e Centro-Oeste foram mais uma vez a leilão, em Canoas

Foto: Gilson Camargo

Quatro instituições mantidas pela Aelbra no Norte e Centro-Oeste do país foram a leilão judicial na tarde desta terça-feira, 20, por determinação da Justiça do Trabalho.

Essa é a segunda vez que as instituições da Aelbra em outros estados são ofertadas em leilão judicial. O primeiro leilão, realizado em março, foi anulado por solicitação do Sinpro/RS depois que o arrematante descumpriu os prazos para a efetivação do negócio.

Depois disso, duas instituições que constavam no lote, o Centro Universitário Ji-Paraná e o Instituto Luterano de Porto Velho, foram negociados por R$ 115,5 milhões em uma venda judicial efetivada em outubro.

A receita da venda de patrimônio pela Aelbra tem como destinação o pagamento do passivo trabalhista da Aelbra/Ulbra.

Desta vez, as quatro instituições remanescentes foram oferecidas em leilão pelo total de R$ 1 bilhão e 33 milhões, e foram arrematadas por menos de 30% da avaliação judicial, por R$ 315 milhões.

O lance vencedor foi dado pelo representante da Faculdade Integrada Carajás (FIC), com sede no município de Redenção, no Pará. A instituição foi fundada em 2012 com a abertura dos cursos de bacharelado em Enfermagem e Farmácia. Atualmente conta também com o curso de bacharelado em odontologia e cursos de Enfermagem, Farmácia e Odontologia.

Luzimar e Reinaldo Gonçalves, dirigentes da Faculdade Integrada Carajás arremataram lote por R$ 315 bilhões

Foto: Gilson Camargo

Luzimar e Reinaldo Gonçalves, dirigentes da Faculdade Integrada Carajás arremataram lote por R$ 315 bilhões

Foto: Gilson Camargo

De acordo com o diretor da FIC, Reinaldo Gonçalves, o investimento visa diversos outros projetos de implantação de cursos superiores, como arquitetura, ciências contábeis, direito, engenharia elétrica, fisioterapia, medicina veterinária e nutrição.

Os lances iniciaram em R$ 180 milhões. A disputa ocorreu entre o dirigente da FIC e Francisco Guimarães, representante do grupo educacional Khronos, de Campina Grande, na Paraíba, que manteve lances até o limite de R$ 310 milhões.

Duas instituições do lote receberam propostas em separado. Luzanilton Rodrigues da Silva, presidente do Instituto Teológico Brasileiro (ITB), de Tocantins, ofereceu R$ 160 milhões pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp), avaliado em R$ 589,7 milhões. Já o Instituto Luterano de Ensino Superior de Itumbiara, em Goiás, avaliado em R$ 161,5 milhões, teve um lance de R$ 61 milhões. Caso o resultado do leilão não seja homologado, há possibilidade de venda judicial desses lotes em separado.

De acordo com o leiloeiro Jaimir Bonfanti, a arrematação não assegura a efetivação da compra. O resultado do leilão será submetido ao juiz titular da 3ª Vara do Trabalho de Canoas, Luiz Fernando Bonn Henzel, que fará a mediação entre a Aelbra e o Sinpro/RS e os compradores.

O advogado Rogério Malgarin, presidente do Conselho de Administração da Aelbra, adiantou que pedirá a impugnação do resultado do leilão devido ao valor do lance, que ficou abaixo de 30% do valor da avaliação judicial das quatro instituições.

O diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, também manifestou desapontamento com o valor da arrematação, considerando que “provavelmente o Sinpro/RS irá se opor à homologação da venda, uma vez que o valor não permitirá quitar o passivo trabalhista da instituição”.

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