CULTURA

Extra Classe é Prêmio ARI na categoria Charge

'Linha da perda de tempo', de Santiago, conquista 1º lugar. Edgar Vasques é um dos agraciados com o Prêmio Antonio Gonzalez de contribuição à imprensa
Por Gilson Camargo / Publicado em 19 de dezembro de 2018
Tacho, Gilmar e Santiago, premiados na categoria Charge

Foto: Igor Sperotto

Tacho, Gilmar e Santiago, premiados na categoria Charge

Foto: Igor Sperotto

O Jornal Extra Classe conquistou o primeiro lugar na categoria Charge da 60ª edição do Prêmio ARI Banrisul de Jornalismo, com Linha da perda de tempo, de Neltair Rebés Abreu, o Santiago, publicada na edição de agosto. Gilmar Tatsch, o Tacho, do Jornal VS, ficou em segundo lugar e Gilmar Fraga, de Zero Hora, em terceiro. A cerimônia de premiação em todas as categorias foi realizada na manhã desta quarta-feira, 19, no Plenário Ana Terra da Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS).

Edgar Vasques recebeu de SchrôderPrêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa: "antiguidade também é posto"

Foto: Igor Sperotto

Edgar Vasques recebeu de SchrôderPrêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa: “antiguidade também é posto”

Foto: Igor Sperotto

Edgar Vasques, cartunista do Extra Classe, foi um dos cinco agraciados com o Prêmio Antônio Gonzalez de Contribuição à Imprensa, conferidos também à Associação de Diários do Interior (ADI-RS), à agência de checagem de notícias Filtro Fact-Checking, criada pelas jornalistas Taís Seibt e Naira Hofmeister, ao Caderno de Sábado do Correio do Povo, e ao  jornalista Antônio Goulart, diretor da ARI e que coordenou o prêmio por duas décadas.

O desenhista Edgar Vasques, “meio século pendurado no pincel”, como ele costuma referir seus 50 anos de carreira, é o pai do Rango, personagem icônico da luta contra a fome e as injustiças sociais criado por ele nos anos 1970, em plena ditadura militar, e que ganhou espaço de destaque, com novas histórias e cores, a partir do ano 2007 no Extra Classe. “Antiguidade é posto”, esclareceu ao receber o troféu de outro chargista, o jornalista Celso Schröder. “A linguagem do humor é muito sedutora e abrangente: promete o prazer do riso e entrega a consciência”, definiu.

BEM PÚBLICO – Entre aplausos, alguns constrangidos, Vasques endereçou críticas a setores da imprensa que, segundo ele, atuam de forma irresponsável diante da ameaça antidemocrática. “É preciso cobrar responsabilidade da imprensa. Não há liberdade se não vier junto a responsabilidade. Tanto se fala em autocrítica, pois eu estou esperando a autocrítica da imprensa que pavimentou o caminho para esses oportunistas que tomaram conta do país. Está na hora da imprensa colocar a mão na consciência e fazer o seu papel social, não tratando a informação como mercadoria e sim como um bem público. Não existe liberdade sem consciência, não existe liberdade sem pluralidade de opinião, não existe paz se não houver igualdade. Temos que trabalhar para reduzir as diferenças e a desigualdade bárbara que existe neste país, sob pena de não termos paz nunca. Não é com a força, não é armando as pessoas que vamos ter essa paz. É dando oportunidade e educação para todos, e não tirando recursos dessas áreas. Nesse processo de egoísmo galopante que nós estamos vivendo, eu queria evocar aqui o poeta Vinícius de Moraes e dizer só uma frase dele: “É impossível ser feliz sozinho”, concluiu.

Os agraciados da 60ª edição do Prêmio ARI

Foto: Igor Sperotto

Os agraciados da 60ª edição do Prêmio ARI

Foto: Igor Sperotto

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