POLÍTICA

Maia escala deputados de oposição para analisar pacote anticrime

Presidente da Câmara reagiu a pressões do ministro da Justiça para acelerar tramitação do pacote anticrime e qualificou o texto de “copia e cola”
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 21 de março de 2019
Maia (E) chamou Sergio Moro de "funcionário de Bolsonaro" e desqualificou pacote anticrime

Foto: Reprodução

Maia (E) chamou Sergio Moro de “funcionário de Bolsonaro” e desqualificou pacote anticrime

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se irritou com o ministro da Justiça Sérgio Moro ao receber mensagem durante a madrugada de quarta-feira, 20, pedindo celeridade na tramitação do pacote anticrime. Além de dizer que o ministro “está confundindo as coisas”, Maia chamou o ex-juiz de “funcionário de Bolsonaro” e lembrou que Moro “não foi eleito presidente da República”. Maia ainda desqualificou o trabalho apresentado por Moro, que chamou de “copia e cola” de proposta sobre o mesmo tema apresentada no pelo então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, atualmente ministro do STF.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara indicou dois deputados de oposição, Marcelo Freixo (PSol-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP) para participar do grupo de trabalho que vai analisar o pacote anticrime de Moro. Na manhã desta quinta-feira 21, o sogro de Rodrigo Maia, o ex-ministro Moreira Franco, foi preso junto com o ex-presidente Michel Temer. O mandado de prisão foi expedido na terça, 19, véspera dos desentendimentos do presidente da Câmara com ministro da Justiça.

Enviada em fevereiro, a proposta de Moro é alvo de críticas por não ter passado por uma discussão ampla na sociedade. Na semana passada, Maia determinou a instalação de um grupo de trabalho para analisar o projeto em bloco com duas outras propostas correlacionadas que já tramitavam na Câmara.

Para Maia, o gesto de Moro representa uma interferência na pauta do Congresso e desrespeita o que foi combinado com o governo, que é priorizar a reforma da Previdência. “O presidente Bolsonaro é quem tem que dialogar comigo”, afirmou ainda ao ironizar a ânsia de Moro: “O projeto vai andar no momento adequado, ele pode esperar para ter um Jornal Nacional, um Jornal da Band, ou da TV Record. Ele pode esperar”, ironizou.

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