JUSTIÇA

Sargento da Aeronáutica é condenado por tráfico de cocaína em avião presidencial

Em junho de 2019, durante escala em Sevilha, na Espanha, agentes federais flagraram mala com 37 quilos da droga no avião da FAB que levava comitiva de Bolsonaro ao G20, no Japão
Da Redação / Publicado em 15 de fevereiro de 2022

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Rodrigues relatou à justiça espanhola existência de um esquema internacional de tráfico e lavagem de dinheiro envolvendo militares brasileiros

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Em julgamento realizado por teleconferência nesta terça-feira, 15, o Superior Tribunal Militar (STM) condenou, por unanimidade, o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, 41 anos, por tráfico internacional de drogas.

O militar foi preso em junho de 2019 durante uma escala em Sevilha, na Espanha, do avião da FAB que levava o presidente Jair Bolsonaro, ministros e 21 militares para um encontro do G20, em Osaka, no Japão. Ao revistar a aeronave, a polícia federal espanhola encontrou bagagens com 37 quilos de cocaína pura.

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Droga foi encontrada pela polícia espanhola em malas que estavam dentro da aeronave da FAB

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Rodrigues foi julgado por integrantes do Conselho Permanente de Justiça, composto por um coronel e três capitães da Aeronáutica e presidido pelo juiz federal Frederico Magno de Melo Veras, que o condenaram a 14 anos e seis meses de reclusão.

A sentença compreende ainda o pagamento de 1,4 mil dias-multa, fixados em 1/30 do salário mínimo. O militar pode recorrer da decisão. O militar está preso na Espanha desde junho de 2020, tempo que será descontado da sentença. Ele pode recorrer da decisão.

Em fevereiro de 2020, Rodrigues havia sido condenado pela Justiça espanhola a oito anos de prisão e sentenciado a pagar multa de 2 milhões de euros. Em troca de uma redução da pena para seis anos e um dia, ele confessou o crime e deu detalhes sobre a sua participação em um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Tráfico e lavagem de dinheiro

A apreensão de cocaína no avião da comitiva presidencial levou a Polícia Federal a investigar o esquema mais amplo de tráfico internacional de drogas que se utiliza de aeronaves militares.

Já na primeira fase, deflagrada em fevereiro do ano passado, a Operação Quinta Coluna cumpriu 15 mandados de prisão ao comprovar que aviões da FAB estavam sendo utilizados para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Entre os presos na operação estão três militares e a esposa de Manoel Silva Rodrigues.

Na quinta fase da Operação, em dezembro, a PF cumpriu mandados no DF e em Florianópolis e a Justiça Federal determinou o sequestro e o bloqueio de imóveis no valor de R$ 3,6 milhões e de dois veículos de luxo.

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