OPINIÃO

Moral e ética

Albino Spohr / Publicado em 21 de abril de 2007

Vi, na última edição de Extra Classe (março de 2007), que continua a velha briga das definições de moral e de ética, que deve ter sua origem junto com o nascimento dessas matérias. Elas são diferentes, mas, na prática de ensino, as confusões são inevitáveis. Como no ensino é mais importante mostrar caminhos claros do que criar confusões, simplifico: limito a ética à honestidade e reúno as outras virtudes na moral; e, para fins educacionais, simplifico ainda mais, (isto funciona!): divirtam-se e aproveitem todas alegrias que a vida lhes propõe, desde que elas não prejudiquem (ética) nem desrespeitem (moral) ninguém.

Todo sistema está nesta frase: uma única ordem direta; as proibições são apenas as restrições nesta ordem.

Pus a moral e a ética entre parênteses, só para mostrar ao leitor que, nas minhas simplificações, não cometo heresia. Torno a educação fácil e ampla, ao alcance de pais analfabetos; isto mesmo, pais sem instrução também amam e procriam. Sim, amam seus filhos e só não os educam porque ninguém lhes dá uma ajuda válida.

E nada é mais fácil do que orientar um pai amoroso, tanto quanto um professor interessado, a educar (não só a instruir) a criançada. Basta dizer-lhes que, ao brincar com a criança, eles precisam cuidar, com carinho, para que ela não estrague os brinquedos, isto desde o berço. Depois, ao acompanhar os primeiros “passeios” da criança pela casa, mostrar (e repetir) com afeto quais os objetos que a criança pode pegar e quais ela deve apenas admirar. Com este simples método, sempre tive os melhores resultados imagináveis, tanto com filhos como com alunos. São todos felicíssimos hoje. E, como prêmio para a boa conduta, bastam afagos.

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Ilustração: Claudete Sieber

Ilustração: Claudete Sieber

Quem sabe mandar não manda, pede. E se a criança não atende o pedido dos pais, repete-se-o. Se ainda não é atendido, pegue, com carinho, o “projetinho” de gente pelo braço e faça-o atender.

Os responsáveis oficiais pela educação formulam teorias tão complicadas para educar, que nem eles próprios, os formuladores, sentem-se capazes de pô-las em prática. Tanto isto é verdade que são poucas as escolas que não excluíram de seus currículos a educação do caráter, a educação propriamente dita.

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