POLÍTICA

A estratégia da Avaaz para derrotar fake news e discurso de ódio

ONG comemora êxito da contraofensiva que assegurou a maior participação de eleitores em 25 anos nas eleições para o Parlamento Europeu
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 7 de junho de 2019

 

Se a Comunidade Europeia passasse para as mãos de extremistas de direita nacionalistas “seria difícil ter esperança na democracia”, alerta a ONG

Foto: Avaaz/ Twitter/ Reprodução

Se a Comunidade Europeia passasse para as mãos de extremistas de direita nacionalistas “seria difícil ter esperança na democracia”, alerta a ONG

Foto: Avaaz/ Twitter/ Reprodução

A ONG Avaaz divulgou nota comemorando a derrota da extrema-direita nas eleições para o Parlamento Europeu ocorridas de 23 a 26 de maio. No documento Nós conseguimos – A Europa resiste!, a organização norte-americana afirma estar orgulhosa do movimento que liderou para enfrentar o que chamou de “ameaça histórica”, as redes de fake News e de ódio arquitetadas para, em seu entendimento, além de desinformar, desestimular a participação de cidadãos no pleito.

Em sua nota, a Avaaz cita a eleição do presidente do Brasil como um dos cases de eleições ganhas pela estratégia direitista: “Depois de Trump, Brexit e Bolsonaro, a Europa poderia ser o próximo alvo nas eleições”.

A ONG revela que diante da política de desinformação, que chama de “assassina de democracias”, lançou um “plano audacioso”: construir “um time inteiro de ‘Elfos’ altamente talentosos para enfrentar os ‘trolls’, investigando a desinformação e derrubando-a”. Segundo a Avaaz, mais de 80 mil membros da sua plataforma se voluntariaram para ajudar e, assim, contribuir para a exposição e a retirada das redes sociais do que, “provavelmente, foram as maiores redes de desinformação da história”. Nos cálculos da organização, essas redes tinham mais de 3 bilhões de visualizações em apenas seis países, o suficiente para alcançar cada um dos eleitores cerca de 20 vezes.

Em sua nota comemorativa, a Avaaz diz que a única maneira de acabar com a circulação de notícias falsas e discursos de ódio é pressionar governos para regulamentar o Facebook e o YouTube e ressalta que se a Comunidade Europeia passasse para as mãos de extremistas de direita nacionalistas “seria difícil ter esperança na democracia”.

A Avaaz ainda informou que ao perceber que os “extremistas” estavam apostando no não comparecimento dos eleitores às urnas, lançou “campanhas inspiradoras” de defesa da democracia para incentivar as pessoas a votarem. “Elas foram vistas mais de 100 milhões de vezes em toda Europa dias antes da eleição”, relata a ONG ao comemorar que o resultado foi a maior participação de eleitores em 25 anos. “A ‘onda de extrema-direita minguou e virou ‘marola”’, ironizou.

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