POLÍTICA

Aumenta pressão interna na Alesp contra deputado que ofendeu religiosos

Um terço dos deputados estaduais paulistas já subscreveu representação para que Frederico D’Avila seja julgado pela comissão de ética da Assembleia Legislativa após ataque a religiosos na tribuna
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 19 de outubro de 2021

Foto: Alesp/ Divulgação

Presidente da Alesp, Carlão Pignatari (ao centro) considera que palavras de D’Avila feriram regimento interno da casa

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Mais de 30 deputados estaduais paulistas passaram a subscrever a representação que pede que o deputado bolsonarista Frederico D’Avila (PSL-SP) seja julgado pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

Em pronunciamento no plenário no dia 14, o parlamentar chamou de “gentalha”, “pedófilos”, “safados”, “vagabundos” e “imundos” o arcebispo de Aparecida do Norte, Dom Orlando Brandes, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Papa Francisco.

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Da tribuna, o bolsonarista D’Avila chamou religiosos de “pedófilos” e “vagabundos”, entre outros xingamentos

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Até agora, cerca de um terço do parlamento paulista já subscreveu a recomendação para que D’Avila seja submetido à comissão de ética da Casa, mas esse número que já é bastante expressivo tende a crescer. Ao todo, são 94 deputados e desses, 30 já assinaram o pedido. A comissão de ética poderá decidir pela suspensão ou até pela cassassão do parlamentar por quebra de decoro.

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Representantes da CNBB e o bispo de Mogi das Cruzes repudiaram as declarações do deputado, em carta aberta ao parlamento

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Apesar do pedido de desculpas do parlamentar que, diante da repercussão negativa alegou “problemas pessoais” ocorridos nos dias anteriores à fala, deputados das mais variadas correntes ideológicas estão aderindo à proposição. Houve forte reação de religiosos às declarações ofensivas do parlamentar.

Até o momento, parlamentares do PT, PSol, PCdoB, PSDB, PL, Cidadania e PV fizeram questão de assinar o requerimento apresentado no domingo passado, 17, pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, Emídio de Souza (PT).

Segundo o deputado Souza, a “odiosa agressão” de D’Avila acendeu uma forte indignação em toda a Alesp.

Na sessão do parlamento paulista de segunda-feira, 18, o presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB) disse que as palavras de D’Avila feriram o regimento interno da casa e ordenou que fossem apagadas dos anais da assembleia. Pignatari ainda leu no plenário a Carta Aberta que lhe foi endereçada pela CNBB solicitando providências diante do ocorrido.

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