POLÍTICA

Bolsonaro nomeia engenheiro para ministro da Educação

Servidor do MEC desde 2020 e nomeado ministro interino desde a queda de Milton Ribeiro, Victor Godoy fez carreira como auditor fiscal da CGU
Da Redação / Publicado em 18 de abril de 2022

Foto: Luis Fortes/ MEC

Veiga (D) foi efetivado no cargo depois de assumir como ministro interino devido à queda de Milton Ribeiro

Foto: Luis Fortes/ MEC

O governo federal publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 18, a nomeação de Victor Godoy Veiga para o Ministério da Educação. Ex-secretário-executivo do MEC, Godoy assumiu interinamente o ministério no final de março no lugar de Milton Ribeiro, que deixou a pasta em meio ao escândalo envolvendo o lobby dos pastores.

Quinto ministro da Educação de Bolsonaro e nomeado na mesma linha de desmonte da pasta, Godoy é figura estranha ao mundo da Educação. Até assumir como interino, exerceu a secretaria-executiva da pasta de julho de 2020 até a queda de Ribeiro, mas fez carreira no serviço público como auditor federal de finanças e controle.

Ele trabalhou na Controladoria-Geral da União (CGU) de 2004 a 2020, como auditor federal, chefe de divisão, coordenador-geral e diretor-substituto de auditoria e diretor de auditoria da área social e de acordos de leniência. É formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB), em 2003.

No currículo, informa que tem duas pós-graduações, em Altos Estudos em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG), em 2018, e em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público em parceria com instituições internacionais da Alemanha e da África do Sul.

Bolsolão dos pastores

Em março, o teólogo e pastor presbiteriano Milton Ribeiro que havia sido nomeado ministro da Educação por Bolsonaro em julho de 2020 foi afastado em meio a um escândalo envolvendo a distribuição de verbas da pasta a pastores a pedido do presidente da República.

A existência de um gabinete paralelo composto por pastores evangélicos que não participam do governo, mas controlam a agenda e a execução orçamentária do MEC foi revelada em reportagens dos jornais Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.

Depois de tentar impor sigilo sobre as relações com os pastores Arilton Correia e Gilmar Santos, o governo recuou e divulgou informações que mostram que os religiosos suspeitos de cobrar propina de prefeitos para facilitar a liberação de verbas do MEC foram ao Palácio do Planalto ao menos 35 vezes desde a posse de Bolsonaro. O esquema é investigado pela Polícia Federal.

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