SAÚDE

Aspectos psicológicos do amadurecimento

Irani I. de Lima Argimon* / Publicado em 4 de junho de 2010

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Arte: Claudete Sieber

Arte: Claudete Sieber

Para discorrer sobre aspectos psicológicos do envelhecimento, torna-se necessário saber de que idoso estamos querendo nos referir. Entendemos que não podemos separar o processo do envelhecimento do processo do desenvolvimento. A literatura conceitua a idade psicológica como a relação entre a idade cronológica e as capacidades, tais como a percepção, aprendizagem e memória, as quais estão intimamente relacionadas com a capacidade funcional do indivíduo. Já a idade social tem relação com a avaliação da capacidade de adequação e adaptação de um indivíduo ao desempenho de papéis e comportamentos em diferentes situações (BALDESSIN, 2005; FREITASet al., 2006; DUNCAN et al., 2006).

Envelhecer satisfatoriamente depende do equilíbrio entre as limitações e possibilidades de cada um, que sempre estão presentes. Temos que ter em conta que as pessoas não envelhecem da mesma maneira, masculino ou feminino, morar na zona urbana ou na zona rural, pessoas que vivem sozinhas ou acompanhadas, os que são ativos ou inativos, os clinicamente mais saudáveis, os com problemas de saúde. Assim como o desenvolvimento e rede social em que os idosos estão ou não ligados.

O que queremos dizer com isto é que dentro das características pessoais, os vários componentes de personalidade, que ajudaram essas pessoas a permear uma caminhada de muitos anos, vão poder facilitar ou dificultar o seu relacionamento consigo mesmo como com o mundo que o rodeia. A presença da flexibilidade de tolerar situações adversas e buscar encontrar estratégias mais adequadas diz respeito a uma velhice construída desde o início da vida, facilitando então uma boa adaptação ou não. O investimento pessoal inicia na infância e vai percorrendo a juventude, a fase adulta e posteriormente a fase da maturidade continuada, que pode ser o que chamamos de terceira idade.

Concluindo, podemos dizer da importância desta atenção ao nosso futuro, e que para chegarmos a uma velhice com maior qualidade de vida temos que começar muito cedo, ao mesmo tempo que precisamos respeitar as diferenças que advêm da história de vida de cada um.

*Doutora em Psicologia PUCRS

 

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