SAÚDE

Estado registra 1.484 novos casos e 34 mortes por Covid-19 em um dia

Pandemia atinge 85% dos municípios gaúchos com 33,8 mil casos confirmados e 793 óbitos. Hospitais públicos fazem alerta sobre falta de sedativos para entubar pacientes graves em UTI
Da Redação / Publicado em 7 de julho de 2020
Referência em saúde pública para 156 municípios da Região Metropolitana, Canoas pode ficar sem medicamentos e sedativos para pacientes Covid-19 em UTI

Foto: Vinicius Thormann/ PMC

Referência em saúde pública para 156 municípios da Região Metropolitana, Canoas pode ficar sem medicamentos e sedativos para pacientes Covid-19 em UTI

Foto: Vinicius Thormann/ PMC

No primeiro dia de vigência das regras mais rígidas de distanciamento para seis das 20 regiões de saúde com maior risco de contaminação pelo novo coronavírus para 5,9 milhões de pessoas, o Rio Grande do Sul atingiu recordes de novos casos e de mortes pela Covid-19. Nas últimas 24 horas, a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS) registrou 34 óbitos, o maior número de mortes pela doença em um dia, totalizando 793 até o início da noite desta terça-feira, 7.

Foram notificados ainda 1.484 novos casos, elevando para 33,8 mil contágios confirmados pelos serviços de saúde. Aproximadamente 15% dos casos são de pacientes em recuperação e 28 mil (83%) se recuperaram da doença. A letalidade da pandemia se mantém em 2,3%. A pandemia atinge 424 municípios ou 85% do território do estado.

A taxa de ocupação de leitos em UTI registrou alta, de 71% para 73,6%. Desse total, são 38,6% ocupados por pacientes de Covid-19 ou suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sarg).

Hospitais podem ficar sem medicamentos para pacientes em UTI

Diversos municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a mais exposta ao contágio por Covid-19, alertaram a Secretaria Estadual da Saúde e ao Ministério da Saúde a falta iminente de medicamentos para sedação de pacientes graves por coronavírus. O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) encaminhou denúncia ao Ministério da Saúde alertando o risco de colapso na rede estadual de saúde devido aos baixos estoques de sedativos, anestésicos, bloqueadores neuromusculares e substâncias para sedação e entubação em hospitais públicos.

Referência em saúde para outros 156 municípios do estado, Canoas relatou o menor nível de estoque de medicamentos e insumos. De acordo com o diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Guilherme Peterson, a entidade recebeu denúncias de gestores sobre a falta de insumos e medicamentos básicos para tratamento de pacientes de Covid-19 em UTI e encaminhou notificações ao Conselho Regional de Medicina (Cremers) e ao Ministério Público.

“Não adianta aumentar a capacidade de leitos em UTI se os hospitais públicos não dispõem de medicamentos e sedativos”, alerta Irene Prazeres, do Conselho Estadual de Saúde.

Nesta terça-feira, o governo do estado informou que está buscando junto ao Ministério da Saúde e outros órgãos parcerias para auxiliar os hospitais públicos a resolverem o desabastecimento de medicamentos necessários para intubação de pacientes nas UTIs. A aquisição do “kit entubação”, que inclui anestésicos e sedativos, é de responsabilidade dos hospitais.

Porém, de acordo com o coordenador da Política de Assistência Farmacêutica da SES, Roberto Schneiders, os gestores hospitalares relatam dificuldades em realizar as compras. “Diante desse cenário, estamos excepcionalmente nos articulando para que os hospitais públicos que estão no Plano de Contingência Hospitalar não fiquem desabastecidos neste momento de pandemia”, informou.

A SES aderiu à ata de registro de preço do Ministério da Saúde, em 2 de julho, manifestando a intenção de compra de 22 medicamentos com alta demanda para o enfrentamento à Covid-19. “Fomos um dos primeiros estados a fazer a adesão”, disse Schneiders. O Ministério da Saúde fará o processo licitatório para estados e capitais.

Nesse processo, empresas ofertam os medicamentos, e o RS fará a compra, o armazenamento e a distribuição dos anestésicos para 296 hospitais. A ação prevê a compra de medicamentos suficientes para atender a demanda de dois meses. A secretaria de saúde de Canoas informou que o estoque dos hospitais públicos terminariam nesta semana.

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