SAÚDE

Pequisadores de Harvard dizem que crianças podem gerar segunda onda de covid-19

Conforme cientistas da universidade norte-americana se não forem tomados cuidados rígidos com os retornos às aulas em diferentes locais do mundo a próxima onda pode ser causada pelos estudantes
Por César Fraga / Publicado em 20 de agosto de 2020

 

À medida que as escolas básicas do ensino secundário em Myanmar começam a abrir novamente em julho passado, voluntários da Myanmar Red Cross Society passaram a ajudar estudantes e professores a praticar medidas de segurança para se protegerem do covid-19

Foto: IFRC/Fotos Públicas/Divulgação

À medida que as escolas básicas do ensino secundário em Myanmar (Birmânia) começaram a abrir novamente em julho passado, voluntários da Myanmar Red Cross Society passaram a ajudar estudantes e professores a praticar medidas de segurança para se protegerem do covid-19

Foto: IFRC/Fotos Públicas/Divulgação

Pesquisa realizada pela Escola Médica da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicada em artigo científico no Journal of Pediatrics no último dia 19 de agosto, aponta que o risco da disseminação da covid-19 por crianças é maior que a dos adultos.

Segundo o estudo, a possibilidade de contágio a partir de crianças supera a de adultos, inclusive dos que apresentam um quadro grave da doença. Dado que teria sido subestimado desde o início da pandemia.

Conforme o artigo científico, os  pesquisadores acompanharam 192 pessoas com idades entre 0 e 22 anos, dos quais 49 testaram positivo para o novo coronavírus. Metade do grupo analisado apresentou febre, sintoma que pode ser confundido com alergias e gripes, como a provocada pelo vírus Influenza.

O levantamento destaca que 53% deles estava frequentando a escola e que 18 deles apresentaram sintomas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), complicação relacionada a covid-19 em crianças.

De acordo com os cientistas de Harvard, foram encontrados níveis de carga viral do Sars-CoV- nas vias respiratórias de crianças durante as fases iniciais da doença acima dos que identificados em adultos internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).

Os autores do estudo, Alessio Fasano e a médica Lael Yonker, alertam, que “se precauções adequadas não forem adotadas quando os alunos voltarem à escola, as crianças podem causar a próxima onda da pandemia de covid-19.  “Nosso estudo demonstra que o monitoramento de sintomas, incluindo a checagem de temperatura, não são confiáveis para identificar a doença em crianças”. A declaração foi repercutida pelo Jornal O Globo nesta quinta-feira, 20.

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