Brasil tem pior desempenho no combate à pandemia

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Sepultamentos em valas comuns em Manaus, onde as mortes triplicaram em abril de 2020. Em dezembro, a capital amazonense mergulharia em um colapso da saúde com a crise de oxigênio
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O Brasil ficou na última posição no estudo Covid Performance Index, que analisou a resposta governamental à pandemia de covid-19 de um total de 98 países. O levantamento do índice de desempenho de governos frente à covid-19 foi elaborado pelo Lowy Institute, uma instituição de pesquisa em política internacional independente e apartidária, sediada em Sidney, na Austrália.
O instituto analisou seis métricas relacionadas à pandemia (casos confirmados, mortes confirmadas, casos confirmados por milhão, mortes confirmadas por milhão, casos confirmados em proporção aos testes, testes por mil habitantes), considerando um período de 36 semanas a partir do 100º caso registrado no país.

Foto: Tomaz Silva/ Agência Brasil
Em março, enquanto o mundo adotava o isolamento radical, os cariocas lotaram as praias, desobedecendo os decretos municipais
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Foram usados dados disponíveis até o dia 9 de janeiro de 2021, tomando como base para os números de cada dia uma média móvel dos 14 dias anteriores. Uma média dos seis indicadores foi calculada para cada país e normalizada para produzir um resultado de zero a 100 pontos – a escala pontua do pior (0) para o melhor (100) desempenho.
O melhor resultado no ranking foi da Nova Zelândia, que obteve 94,4 pontos, graças às suas políticas de controle da pandemia. O governo neozelandês antecipou ações, fechou fronteiras e impôs medidas drásticas de isolamento, reduzindo o contágio a ponto de praticamente erradicar o vírus. Entre os cinco melhores desempenhos no combate à pandemia estão ainda o Vietnã (90,8), Taiwan (86,4), Tailândia (84,2) e Chipre (83,3).
A Inglaterra está na 66ª posição, com 37,5 pontos, e os EUA, na 94ª, com 17,3 pontos. Colômbia (96ª posição, 7,7 pontos), México (97ª posição, 6,5 pontos) e Brasil, na última posição, com 4,3 pontos, são os únicos países com uma pontuação abaixo de 10. A China não foi avaliada por falta de dados diagnósticos.
Democracias lidaram melhor com a crise sanitária

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Pacientes aguardam atendimento em Unidade Atenção Básica em Manaus
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A pesquisa não levou em conta a influência do sistema político nas políticas de enfrentamento à covid-19. “Apesar das diferenças iniciais, o desempenho de todos os tipos de regime no combate ao coronavírus convergiu ao longo do tempo. Em média, os países com modelos autoritários não tiveram nenhuma vantagem prolongada na supressão do vírus”, constata o estudo.
“De fato, apesar de um início difícil e algumas exceções notáveis, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido, as democracias tiveram um sucesso marginalmente maior do que outras formas de governo no tratamento da pandemia durante o período examinado”. Entretanto, a influência da posição dos chefes de governo perante a crise não pode ser ignorada.
EUA e Brasil: a estupidez em comum
Atualmente os EUA são o país com o maior número de casos (25,6 milhões) e mortes (430,6 mil), segundo dados da Johns Hopkins University. O Brasil está em terceiro lugar no número de casos (praticamente 9 milhões), e em segundo no número de mortes (220,1 mil).
De acordo com o Lowy Institute, os dois países apresentam características em comum durante o período analisado. Além do sistema político profundamente dividido que politizou a doença, os presidentes negacionistas Donald Trump e Jair Bolsonaro minimizaram a gravidade da pandemia, ridicularizaram o uso de máscaras, atacaram publicamente o confinamento e acabaram se infectando pelo vírus, junto com um grande número de secretários, ministros e assessores.
Ranking
Melhores desempenhos
- Nova Zelândia
- Vietnã
- Taiwan
- Tailândia
- Cyprus
- Ruanda
- Austrália
- Latvia
- Sri Lanka
- Uruguai
Piores desempenhos
- Chile
- Ucrânia
- Oman
- Panamá
- Bolívia
- EUA
- Iran
- Colômbia
- México
- Brasil