Covid-19 matou 60% em UTI e 80% dos intubados no primeiro semestre da pandemia

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Letalidade de pacientes internados em enfermaria atingiu 40% e em UTI, 80% no auge da primeira fase da pandemia
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Estudo publicado no último dia 15 de janeiro em um dos periódicos de ciência sobre medicina mais antigas e prestigiadas do mundo, o Lancet Journal, sobre a covid-19 no Brasil, apresenta dados considerados estarrecedores para a comunidade científica. Entrando em uma segunda onda que já está sendo mais devastadora do que a primeira fase da pandemia no Brasil, os números assustam por remontar o período entre 16 de fevereiro e 15 de agosto de 2020.
Mortalidade e desigualdades regionais
Sobre a letalidade, os pesquisadores concluíram que quatro a cada dez pessoas internadas em leitos normais morreram. O estudo mostra que seis de cada dez pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) morreram. A proporção é ainda maior quando analisados os dados sobre ventilação mecânica e intubação: oito de cada dez pacientes mecanicamente ventilados intubados morreram. A situação foi agravada pelas desigualdades no sistema de saúde. Enquanto a mortalidade hospitalar na região Sul foi de 15%, no Nordeste atingiu 31%, revela o médico epidemiologista Otávio Ranzani, da USP, um dos autores da pesquisa.
No período recortado pela pesquisa, a média de idade dos pacientes hospitalizados com covid-19 era de 60 anos. Apesar disso, em uma época na qual se considerava que o principal grupo de risco eram idosos, um terço dos pacientes tinham menos de 50 anos de idade.
A publicação registrou ainda que 16% dos mortos no Brasil pelo coronavírus no período não apresentava qualquer comorbidade; que o percentual de entubados mortos foi maior na região Norte e menor na região Sul do país e que homens foram mais vitimados do que mulheres, com 56% de mortes contra 44%.

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