SAÚDE

Brasil registra 2.207 mortes por covid-19 em 24 horas com novo recorde na média móvel

Desde o início da pandemia, país soma 11.284.269 casos e 273.124 óbitos provocados pelo novo coronavírus. São 50 dias seguidos com média acima de mil mortes por dia
Por Gilson Camargo / Publicado em 11 de março de 2021
Hospital de campanha de Santo André, na Grande São Paulo

Foto: Mídia Ninja

Hospital de campanha de Santo André, na Grande São Paulo

Foto: Mídia Ninja

Nas últimas 24 horas, o país registrou 2.207 mortes pela covid-19, atingindo nesta quinta-feira, 11, o total de 273.124 óbitos desde o início da pandemia. Nos últimos sete dias, a média móvel de mortes no Brasil atinge o novo recorde de 1.705, um aumento de 49% na comparação com a média de 14 dias atrás. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa formado pelo G1, O Globo, Extra, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e UOL que após a censura imposta pelo Ministério da Saúde a partir do ano passado passou a acompanhar a situação da pandemia a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta quinta-feira, 11. De acordo com a apuração, o país vive 50 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, 14 dias acima de 1,1 mil, e pelo décimo segundo dia a marca aparece acima de 1,2 mil. Foram 13 recordes seguidos de 27 de fevereiro até aqui.

Na última semana, a média móvel de mortes foi de 1.423 na sexta-feira, dia 5 de março; 1.455 no sábado; 1.497 no domingo; 1.540 na segunda-feira; 1.572 na terça; 1.645 na quarta; e 1.705 nesta quinta, dia 11. O Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira que “o sistema de saúde está impactado, mas não colapsou, nem vai colapsar” em uma live.

País responde por mais de 10% das mortes do mundo

Com hospiais públicos e profissionais de saúde atuando no limite, São Paulo tem 87,% de lotação de UTIs

Foto: Mídia Ninja

Com hospiais públicos e profissionais de saúde atuando no limite, São Paulo tem 87,% de lotação de UTIs

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou em nota que o Brasil vive o pior momento da pandemia até agora, com 10,3% das mortes do mundo. O país tem apenas 2,7% da população do planeta. “Os recordes de novos casos e óbitos vêm sendo superados diariamente, acompanhados por uma situação de colapso dos sistemas de saúde em grande parte dos estados e municípios”. O sistema InfoGripe apontou “níveis muito altos” de incidência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) em todos os estados, especialmente nas regiões Sul e Sudeste: mais de 96% dos casos e 99,1% dos óbitos por Srag no país são em decorrência do novo coronavírus.

O governo do estado de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 11, a implantação da Fase Emergencial do Plano SP, com aumento das restrições em 14 atividades, colocando mais 4 milhões de pessoas em restrições adicionais. O estado registrou 63.010 óbitos e 2.164.066 casos confirmados. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 87,6% na Grande São Paulo e 86,7% no Estado. O número de pacientes internados é de 21.731, sendo 12.279 em enfermaria e 9.452 em unidades de terapia intensiva.

Recorde no Rio Grande do Sul

Prefeitura da capital anunciou construção de hospital de campanha junto ao complexo da Restinga

Foto: Joel Vargas/PMPA

Prefeitura da capital anunciou construção de hospital de campanha junto ao complexo da Restinga

Foto: Joel Vargas/PMPA

O Rio Grande do Sul registrou 7.103 novos contágios por coronavírus nas últimas 24 horas. Até agora o estado tem 720.461 casos confirmados, sendo 665.869 pacientes recuperados e 40.167 em acompanhamento. Em um dia, a Secretaria Estadual de Saúde recebeu 276 notificações de mortes, novo recorde, aumentando para 14.636 mortes o total de óbitos pela infecção. Em todo o estado, os hospitais públicos e privados atingiram o nível máximo de lotação nas últimas semanas. Nesta quinta-feira, a taxa de ocupação de leitos em UTI geral chegou a 106,5%, com 49.014 hospitalizações. Já são sete dias de recordes seguidos no estado. O governador Eduardo Leite (PSDB) disse que o sistema hospitalar está sob “superpressão” e que não adianta negar a gravidade da pandemia.

A Secretaria da Saúde do RS informou que recebeu doações de equipamentos para a abertura, nos próximos 15 dias, de 183 leitos adultos de terapia intensiva para atender pacientes covid em Santo Antônio da Patrulha, Palmeira das Missões, Esteio, Alvorada e Cachoeirinha. A prefeitura de Porto Alegre anunciou a construção de um hospital de campanha junto ao Hospital Restinga Extremo-Sul, com 16 leitos de enfermaria e quatro de UTI para servir de apoio à rede hospitalar. Parte das três barracas que abrigarão os leitos chegaram na tarde desta quinta-feira à Base Aérea de Canoas. A montagem e guarda serão feitas pelos militares do Comado Militar do Sul.

O Hospital de Clínicas, principal centro de referência no atendimento a pacientes com covid-19 da capital, tem 213 casos confirmados de coronavírus. A ocupação de CTI atingiu 135%, de acordo com dados atualizados pela instituição no início da manhã.

No Hospital Nossa Senhora das Graças, do Grupo Hospitalar Conceição, todos os 44 leitos de UTI covid estão ocupados. Dos leitos de UTI para pacientes graves por outras enfermidades, resta apenas um vaga de um total de 41. Os 14 leitos de enfermaria para suspeitos estão com ocupação de 70%. Na enfermaria para pacientes que tiveram o diagnóstico de contágio pela covid-19 confirmado, a lotação atinge 93 dos 96 leitos.

Os demais hospitais do GHC também operam no limite. No Cristo Redentor, que dispõe de 29 leitos de UTI para covid, a ocupação atingiu 93,1%. São 27 pacientes em estado grave. Na UTI de retaguarda, todos os dez leitos estão ocupados por pacientes infectados. No Hospital Fêmina, restam apenas dois leitos livres em UTI covid.

SÃO LEOPOLDO – Na quarta-feira, o Hospital Centenário, de São Leopoldo, entrou em colapso, com o esgotamento da capacidade de atendimento. A lotação dos 37 leitos clínicos de covid-19 atingiu nesta quinta-feira 113,51% e os 18 leitos de UTI 105,56%. O município atingiu 308 óbitos por covid-19 e 1.318 casos confirmados.

Por conta da superlotação da Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte, a Secretaria da Saúde de São Leopoldo ampliou o atendimento do Centro de Atendimento ao Covid (CAC) até as 21 horas. O local situa-se dentro do Ginásio Municipal e conta com equipes médicas e de enfermagem para acolhimento de pessoas com sintomas leves de covid-19.

O CAC foi aberto no final do ano passado e serve como ponto de apoio às Unidades Básicas de Saúde (UBS), UPA e Hospital Centenário.

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