Painel alerta para o aumento de doenças renais e de pacientes em lista de espera por transplantes

Foto: Igor Sperotto

Tatiane Michelon: Pessoas com histórico familiar de doença renal precisam estar muito atentas aos cuidados da saúde desde muito cedo

Foto: Igor Sperotto

A doença renal crônica provoca pelo menos 2,4 milhões de mortes por ano no mundo, com uma taxa crescente de mortalidade.  O problema é tão grave que a Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que em 2040 (menos de 20 anos) a doença renal crônica seja a quinta maior causa de morte no mundo. No Brasil, cerca de 150 mil pessoas fazem diálise e mais 27 mil aguardam em lista para transplante de rim. Anualmente, cerca de 10 mil pacientes entram nessa lista de espera no país.

Os desafios da nefrologia diante deste cenário serão aprofundados pela a médica integrante da equipe de transplante renal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Tatiana Michelon, no painel O impacto do lúpus, do diabetes, da hipertensão e da obesidade na saúde renal e o transplante como tratamento, que será realizado nesta quarta-feira, 16 de março, às 19h, ao vivo pelo canal da Fundação Ecarta no Youtube.

O painel abre a programação 2022 do projeto Cultura Doadora, que está completando 10 anos de intenso trabalho pela sensibilização para a doação de órgãos e pela qualificação do sistema de transplantes no país.

Pandemia

O agravamento das doenças renais com a chegada da covid-19 também será abordado pela médica Tatiana Michelon. As sequelas nos sobreviventes de internações de UTI impactam a saúde renal.

“Muitos pacientes não conseguem recuperar todo o dano daquela catástrofe e acabam precisando de diálise e de transplante”, registra a médica responsável por estruturar a Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott) do Hospital de Montenegro, no Vale do Caí, em 2018.

Doenças silenciosas

A grande maioria das doenças que prejudicam os rins é silenciosa. Para se ter uma ideia, os rins podem perder sua função em até 80% sem que existam muitos sintomas. Hipertensão arterial, diabetes, infecções urinárias de repetição, calculose renal de repetição, calculose renal de repetição, calculose renal, lúpus e nefrites e podem levar à insuficiência renal crônica. Para que essas doenças não evoluam para doença terminal dos rins, precisam ser diagnosticadas e tratadas precoce e corretamente.

Quando o rim apresenta problemas no seu funcionamento, ele deixa de desenvolver essas funções corretamente. Para solucionar essa falha existem duas alternativas: medidas medicamentosas e dietéticas para os casos menos graves e substituição da função renal nos casos mais severos com a diálise ou o transplante.

Michelon antecipa: “os cuidados recomendados para a prevenção de doenças renais crônicas são práticas como medir a pressão pelo menos uma vez ao ano, incluir exame de urina e creatinina nos exames de rotina, manter atividade física e controle de peso, limitar excessos de carboidratos e gorduras, evitar a sobrecarga de sal na dieta, observando que o sódio está bastante presente em alimentos processados e refrigerantes, e tomar água com frequência durante todo o dia.

Ela enfatiza também que pessoas com histórico familiar de doença renal precisam estar muito atentas aos cuidados da saúde desde muito cedo. A colaboradora do projeto Cultura Doadora observa que os hábitos de prevenção para doenças renais são os mesmos das doenças cardiovasculares por estarem associados à hipertensão e ao diabetes.

SERVIÇO
Painel O impacto do lúpus, do diabetes, da hipertensão e da obesidade na saúde renal e o transplante como tratamento
Data e horário: 16 de março de 2022, 19h.
Participantes: A médica Tatiane Michelon e a paciente Elayne Midori Kawaguchi
Local: canal da Fundação Ecarta no Youtube