SAÚDE

Centrais sindicais criticam governo por descaso com a vida

Em documento encaminhado ao governador Eduardo Leite (PSDB), entidades recomendam posições firmes do Executivo no combate à pandemia no estado
Da Redação / Publicado em 23 de julho de 2020
Centrais alertam que governador deve assumir compromisso com a vida. Na quarta-feira, Leite recebeu o ministro militar interino da Saúde, Eduardo Pazuello

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Centrais alertam que governador deve assumir compromisso com a vida. Na quarta-feira, Leite recebeu o ministro militar interino da Saúde, Eduardo Pazuello

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Em carta encaminhada no final da manhã desta quinta-feira, 23, ao governador Eduardo Leite (PSDB), as centrais sindicais do Rio Grande do Sul se posicionaram sobre o combate à pandemia do coronavírus. No documento, as entidades avisam que não compactuam “com a política do descaso com a vida” e defendem que “não podemos, em nenhuma hipótese, abdicar da tarefa que nos é mais sagrada, a defesa da vida”.

Numa referência ao modelo de Distanciamento Controlado adotado pelo estado, as centrais recomendam ao governador que adote firmeza na condução do enfrentamento da pandemia e que não ceda aos apelos econômicos, nem jogue “o peso desta hercúlea tarefa humanitária nos ombros dos prefeitos e associações de municípios”.

No início desta semana, o governo do estado acatou 59 pedidos de reconsideração de municípios e associações regionais e reduziu de 18 para 10 o número de regiões de saúde classificadas preliminarmente com alto risco de contágio pela Covid-19. Com isso, o mapa definitivo da 11ª rodada do Distanciamento Controlado ficou com oito regiões em bandeira vermelha (alto risco epidemiológico) e as 12 restantes com laranja (risco médio). As bandeiras estão em de terça-feira, 21, até a próxima segunda-feira, 27.

Na quarta-feira, servidores municipais da Saúde promoveram ato em Porto Alegre para denunciar que estão expostos à contaminação devido à falta de EPIs e de testagem preventiva e cobraram políticas nesse sentido dos governos municipal e estadual. Em diversos municípios, há relatos de negligência em relação à segurança dos profissionais que atuam em contato direto com infectados.

O alto número de contágio entre profissionais da Saúde também preocupa as centrais. No documento, as entidades sindicais “defendem que se agilize a testagem em setores que são estratégicos, notadamente na área da saúde e demais atividades consideradas essenciais”.

Por fim, o documento alerta para a urgência do cumprimento dos protocolos de saúde para a proteção da população contra a pandemia. “Os grandes empresários do estado deveriam patrocinar uma ampla campanha de testagem em seus estabelecimentos, para que possamos identificar e isolar o vírus, além de investir pesado para garantir o máximo de segurança com protocolos rígidos de contenção do contágio. Somente assim poderíamos pensar numa política mais equalizada de abertura da economia”, salientam as centrais sindicais.

Comentários