CULTURA

Contemporaneidade na Bienal

Publicado em 21 de outubro de 2001

Três vertentes estarão presentes na 3ª Bienal do Mercosul retratando a arte contemporânea.

No Hospital Psiquiátrico São Pedro, o visitante entrará numa espécie de labirinto, onde vai vivenciar sensações e descobrir cada canto de um espaço físico esquecido pela cidade.

Na Cidade dos Contêineres, no Parque Maurício Sirotsky, o espectador encontrará 51 contêineres brancos formando uma paisagem inovadora e contendo trabalhos singulares.

Já a terceira vertente mostrará a pintura vista sob ângulos menos convencionais, nos quais os artistas se apropriam de seus elementos para produzir obras relacionadas ao seu tempo.

Para fazer um contraponto com esta exposição, ela terá como palco o Santander Cultural, um prédio construído dentro de linhas neoclássicas francesas.

Montagem da Cidade dos Contêineres no Parque Maurício Sirotsky

Foto: René Cabrales

Montagem da Cidade dos Contêineres
no Parque Maurício Sirotsky

Foto: René Cabrales

Em seis locais de exposição se dividem 400 obras de mais de 120 artistas brasileiros (14 estados representados) e estrangeiros, entre eles Enrica Bernadelli (Rio de Janeiro), Félix Bressan (Rio Grande do Sul), Nora Correas (Argentina), Valia Carvalho (Bolívia), Carlos Leppe (Chile), Miguel Aguirre (Peru) e Marcos Maggi (Uruguai).

O homenageado deste ano será o artista plástico multimídia Rafael França – nas edições anteriores foram Xul Solar e Iberê Camargo. Morto prematuramente em 1991, França consolidou sua carreira artística em pouco mais de 10 anos, vivendo em Porto Alegre, São Paulo e Chicago. Sua obra estará exposta no Memorial do Rio Grande do Sul, sob a curadoria de Vitória Daniela Bousso.

Outro destaque da mostra é o grupo de obras de Diego Rivera (1886-1957) que, pela primeira vez, sai do México para compor, especialmente, a III Bienal.

O artista retrata as questões sociais envolvendo trabalhadores e indígenas. Num total de 52 obras, a exposição estará presente no andar térreo do Margs e compreende praticamente todas as fases da carreira de Rivera.

Retratos da famosa esposa Frida Khalo também estarão presentes em Porto Alegre.

Em apenas três edições, a Bienal do Mercosul já conquistou lugar entre grandes mostras, como as bienais de Veneza e Havana. Na segunda edição, o evento recebeu cerca de 290 mil pessoas, mas, para este ano, a organização espera mais de 500 mil visitantes.

3ª Bienal do Mercosul
Data e horário
De 15 de outubro a 16 de dezembro
Das 10h às 21h, de terças a domingos
Locais
Margs (Praça da Alfândega)
Memorial do RS (Praça da Alfândega)
Hospital Psiquiátrico São Pedro (Av. Bento Gonçalves, 2460)
Parque Maurício Sirotsky (Cidade dos Contêineres)
Usina do Gasômetro (Av. Presidente João Goulart, 551)
Entrada Franca
Como participar
do Projeto Pedagógico
Os professores podem entrar em contato para saber mais sobre as oficinas e agendamento de visitas e o Seminário Diversos Olhares com a Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
Rua dos Andradas, 1234, conj. 1006 (Sala do Professor)
Porto Alegre/RS
Telefone (51) 3228-5297

Necessidades especiais

Para propor um Projeto Pedagógico, a Fundação cuidou de todos os detalhes, começando pela base: os monitores. A seleção foi feita com um exercício onde o candidato teve que analisar e apresentar a obra da artista Karin Lambrecht, no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs).

Os selecionados passaram por seis meses de curso no Instituto de Arte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde foram abordadas questões teóricas e práticas sobre a arte contemporânea.

Segundo Margarita, o grupo de monitores está bem heterogêneo este ano: “Temos jovens estudantes iniciando nesta área e profissionais que já atuam há algum tempo”.

Dentro deste grupo, há quatro monitoras surdas – com domínio de Libras (Língua Brasileira de Sinais) – que estarão prontas para atender as escolas de deficientes auditivos. Já são quatro escolas municipais e três estaduais, localizadas em Porto Alegre, que fazem parte do grupo de Necessidades Especiais e visitarão a Bienal.

“Estamos à espera de que outras escolas especiais da Região Metropolitana entrem em contato conosco, para agendarem visitas”, conta a coordenadora.

A Bienal, em parceria com a Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado no Rio Grande do Sul (FADERS), também estuda a preparação de material especial para deficientes visuais e mentais, dentro do grupo de Necessidades Especiais.

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